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Setsão de 29 de Junho de 1920

dês e as injustiças apontadas nesse requerimento e de tal ordem, que não posso deixar de chamar para elas a atenção da Câmara. Nesso requerimento há até a afirmação de que um membro do júri fora ter com o Sr. Presidente do Ministério para lhe declarar qne, se o Sr. coronel Jaime de Figueiredo não desistisse do generalato por escolha, seria reprovado no exame, dando-se o contrário se desistisse dessa pretensão.

Quem faz esta declaração é um oficial de valor, de quem não é lícito a ninguém pôr em dúvida a sua palavra: é um oficial que, pelo seu passado, pelo seu nome, é incapaz de mentir.

E um oficial republicano dos mais distintos, e que por esta forma se pretende afastar do exército para satisfazer os maus instintos de quem quer que seja.

j Ao Sr. Jaime de Figueiredo, como oficial distinto que ó, como chefe heróico que foi no movimento de Santarém, com mágoa o digo, a Kepública nem sequer ainda lhe cobriu o peito com uma dessas medalhas que têm sido dadas a tantos outros, alguns dos quais nem lá estiveram!

i Pois o chefe dôsse movimento não tem uma medalha; $sse oficial, modesto e grande pelos actos que tem praticado, tem sido desprezado!

Eu não venho aqui por missão do Sr. Jaime de Figueiredo, não venho votar uma promoção: venho apenas lembrar que nós, por uma votação unânime, e o Sr. Presidente da Câmara junto do Sr. Ministro da Guerra, insistamos para que se defira este pedido justíssimo do coronel Sr. Jaime de Figueiredo.

Tonho dito.

O orador não reviu.

O.Sr. Presidente:—Logo que haja número para se tomarem deliberações, consultarei a Câmara.

O Sr. João Camoesas:—r Sr. Presidente: antes de entrar propriamente no assunto para que pedi a palavra, direi a V. Ex.a e à Câmara que secundo as ideas qu3 o Sr. Cunha Liai acaba de expender com respeito -ao requerimento apresentado pelo coronel, Sr. Jaime de Figueiredo, ao Sr, Ministro da Guerra.

Não quero eu, como não quere o Sr. Cunha Liai, nem o Sr. Jaime de Figuei-

redo, que se exerça qualquer violência que possa, porventura, diminuir, por uma falsa interpretação, o pensamento de todos nós, mas pretendemos que se faça inteira justiça.

E, visto que o coronel, Sr. Jaime de Figueiredo, pede apenas, no seu requerimento, uma cousa que ao meu espírito se afigura de toda a justiça, não tenho dúvida em secundar as palavras proferidas pelo Sr. Cunha Liai.

Feitas estas considerações, permita-me V. Ex.a que eu entre propriamente no assunto para que pedi a palavra, rogando a V. Ex.a a fineza de chamar a atenção da Câmara para o que vou dizer, porque se trata dum assunto que considero importante.

Sr. Presidente: o n.° 228 do jornal O Tempo, publicado nesta cidade em 26 de Junho do corrente mês e ano, no seu artigo de fundo, trata dum assunto que bem merece ser considerado devidamente pela Câmara.

Este jornal faz-se eco duma acusação gravíssima contra o advogado Orlando de Melo Rego, acusação que não pode passar despercebida por todos nós, nem pelo Governo, porque esse senhor é acusado de ter tentado fazer uma venda simulada de barcos alemães, com a respectiva carga, na ocasião em que a nacionalidade estava em guerra.

Basta a simples enunciação do facto para se poder aferir a sua extraordinária gravidade, e tam extraordinária que não há Governo que possa, dignamente, ignorá-lo, nem Câmara dos Deputados que possa viver sem exigir que completa luz se faça sobre o caso.

Mas, por sobre a acusação pessoal, acroscenta-se à falsidade sem nome, dizendo-se que esse advogado é Deputado Democrático.

Assim, eu peço a V. Ex.a, Sr. Presidente, que, com a sua autoridade, faça aquilo que lhe cumpre perante semelhante aleivosia, porquanto a mim, como membro do Partido Democrático, não me cabe defender duma calúnia, que é tam fora de propósito e tam estúpida que, a si mesma se condena.

O orador não reviu.