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dades do abastecimento do país e baratear a vida da nação.

Como j algo que esta questão está dependente do problema financeiro, parece--me que melhor seria discutir o problema financeiro. (Apoiados),

Parece-me que o primeiro dever do Governo seria expor ao Parlamento a. situação financeira do país e tranquilizando-o acerca dos amargos dias que porventura o esperassem. Assim lá fora o país convencer-se ia de que tinha homens com base para governar. (Apoiados).

Se de facto na vida portuguesa há demasiado paleio, parece-me que foi o Governo quem deu esse exemplo. (Apoiados).

Os senhores que há seis meses andam a pregar a situação difícil em que só encontra o país, não têm feito mais do que dar largas demasiadas ao paleio. (Apoiados).

O Sr. Presidente do Ministério disse que os programas ministeriais eram torneios de oratória.

Eealizando uma série de interpelações ao Sr. Presidente do Ministério, eu principio a interpelar o Sr. Ministro das Finanças, tanto mais que estou acedendo ao convite que pelo chefe do Governo me foi feito.

Eu penso que neste momento uma rajada de bom senso passará por este país.

Vou falar duma conferência que houve no Parlamento, entre os representantes dos diversos partidos, acerca da solução da crise política. Tratava-se de constituir um Ministério sob a presidência do Sr. Abel°Hipólito.

Então o Sr. António Granjo, actual Presidente do Ministério, apresentava o seu ponto de vista, e dizia: «Eu só concebo que num momento de salvação nacional possa haver um Ministério de concentração de todos os partidos».

Disse eu então: £ Pois V. Ex.a ainda não percebeu que o momento é de perigo para a nação?

Disse isto! Parece, porém, que o Sr. António Granjo continuou entendendo que

Diário da Câmara dos Deputado?

ainda não era chegado o momento de pe-| rigo para a nação. Estava S. Ex.a tran-' quilo: ignorava a gravidade do problema, financeiro; não conhecia a enorme importância da questão das subsistências; não sabia que a nossa situação internacional é miserável e que os nossos destinos como potência colonial estão seriamente ameaçados.

Tudo ignorava.

Mas, Sr. Presidente, uma vez chegado-ao Poder, parece que S. Ex.a teve uma, desilusão. Só então, parece, é que avaliou quanto delicada ó a nossa situação* à face de todos esses gravíssimos problemas. Por isso tenciona S. Ex.a vir a esta Câmara amanhã, com as mãss na cabeça, creio, gritar que a nação está em perigo, que é preciso salvar a nacionalidade, que se afunda.

O Partido Popular, porém, tem, desde a primeira hora. a noção dos perigos que nos ameaçam subverter, e desde logo-chamou para eles a atenção do país e dos poderes públicos. E porque tem falado-nesses perigos ao país ó alcunhado pelos políticos de fazer paleio. A verdade, porém, é -que iamais fizemos a Câmara perder tempo com questiúnculas políticas. Ocupamo-nos sempre de assuntos de in-terôsse nacional.

E essa a iiossa preocupação, e tanto assim que começamos já a nossa acção parlamentar perante o actual Governo, fazendo esta minha interpelação ao Sr. Ministro das Finanças, que será seguida doutras, já anunciadas, igualmente sobre assuntos de interesse geral e imediato. E começamos logicamente, visto que é da solução do problema financeiro que depende, eni grande parte, a solução de todos os outros problemas que nos assoberbam.

Sem que ponhamos em ordem as nossas finanças não será possível iniciar a renovação da nossa, vida económica.

Estamos a importar muito menos de metade do que em 1913.

Não podemos importar mais por não termos ouro para isso. Não podemos importar matérias primas na quantidade de antes da guerra.

Tenho números que representam essa importância.