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Diário da Câmara dos Deputados

Calculando esses encargos cm 7:500 contos, ouro, ao par, estando a nossa moeda desvalorizada como está, eu peço a V. Ex.as que reflitam, porque isto representa uma soma enorme.Ej se lho juntarmos ainda os encargos futuros, só isso representará mais de metade dos nossos orçamentos.

Mas influi ainda por outra forma. Influi nos vencimentos dos funcionários porque, dada a carestia das subsistênciás, que cada vez mais tende a agravar-se, nós vemos que a vida se lhes torna insuportável e tem de se lhes aumentar os vencimentos quer queiram, quer não queiram.

Ninguém decerto ignora que o arroz inglôá nos fica, em Inglaterra, por 55 libras. Junte-se-lhe a isto. os lucros dos intermediários e vejam a que preço ele vai; mas, com o preço da vida subindo progressivamente, à medida que os câmbios se agravam, eu pregunto o peço a V. Ex.as qus reflitam nisto: é se os funcionários po'dem estar a viver como têm estado. Portanto, Sr. Presidente, os câmbios influem, ainda que indirectamente, no aumento do déficit, agravado talvez com a política desgraçada que os Governos têm seguido em matéria económica.

Unia das primeiras cousas a saber-se, é qual virá a ser a situação cambial no próximo ano económico. .

,;Tem ela probabilidades de melhorar ou de piorar?

^Qual é, na opinião do Sr. Ministro das Finanças, a causa da nossa depreciação cambial ?

Há várias opiniões.

•Eu já tenho expendido aqui a minha opinião.

0 Sr. Ministro terá decerto a sua.

A minha é oposta à do Sr. Presidente do Ministério.

Já aqui nos disse, um dia, o Sr. António Granjo, que era necessário sanear a moeda.

E a moda nas palavras.

Agora é a palavra «sanear» trazida a propósito de tudo.

1 E o saneamento do funcionalismo! jE o saneamento do exército!

O Sr. António Granjo num rasgo de génio, vem com o saneamento da moeda, j E preciso sanear a moeda! (Risos). Para o Sr. Presidente do Ministério, sa-

near a moeda é sobretudo reduzir a cir~ culação fiduciária, pura nós regularÍ7ar-mos, pouco a pouco a maneira de reorganizarmos as nossas avariadas finanças. Não é insignificante saber os princípios em que se funda, e donde parte. Eu peço ao Sr. Ministro das Finanças que diga claramente as suas opiniões, porque se são iguais às do Sr. António Granjo apresentadas nos bancos da oposição não se- -riam de aceitar.

A minha primeira pregimta é pois se a nossa situação cambial é má.

Toda a gente sabe que ela influi na nossa vida económica, ao mesmo tempo que concorre para aumentar o déficit, sendo pois necessário apreciar todos os indicadores desse aumento.

E pois necessário que S. Ex.a diga a maneira de melhorar a nossa situação cambial.

Segunda pregunta :

O Sr. Presidente:—Faltando cinco minutos para se entrar na ordem do dia, não poderá V. Ex.a continuar no uso da palavra sem que a Câmara o autorize.

Vozes:—Fale, fale.

O Sr. Presidente:—Vou consultar a Câmara se autoriza que V. Ex.-a continue no uso da palavra.

Foi autorizado.

O Orador:—Agradeço à Câmara a sua gentileza e procurarei ser o mais breve possível, mas no sentido de que este problema fique posto de modo que o Sr. Ministro das Finanças esclareça a Nação'e a tranquilize.

A nossa legislação sobre cambiais tem--se amontoado e tornado confusa nos seus textos necessitando o País ser esclarecido. Assim eu pregunto se o Sr. Ministro das Finanças mantêm a actual legislação sobre cambiais ou está no intuito de a modificar.