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-Sessão de 28 de Julho de 1920

idea da necessidade da administração estrangeira, como uma salvação, ji preciso que se diga qne se conchava isto lá fora, e ó preciso que nós, que dizemos a verdade à nação, sem nos importarmos com u alienação da simpatia do meia dúzia de portugueses degenerados, façamos com que eles entrem todos na ordem, e que não forcem ninguém a dizer ao país, quando o povo já for espoliado de tudo quanto é humanamente possível, que ainda é preciso arrancar mais a pele ao contribuinte pobre, porque o dinheiro dos ricos ó sagrado, porque o dinheiro das forças vivas não quere pagar taxas. (Apoiados).

Só nós fôssemos examinar a conta das nossas contribuições, e víssemos o que paga a indústria e todos esses estabelecimentos comerciais, o que pagam todas •essas casas bancárias e companhias de seguros; se nós fôssemos ver o que" o Banco Ultramarino, no seu último relatório declara, que só em sociedades novas no último triénio tinha entrado com qualquer cousa como 300:000 contos; se nós formos reparar naquilo que pagam aqueles que não têm onde cair mortos, em comparação com esses; se nós formos dizer íio povo que primeiro vão pagar aqueles, nós criaríamos o estado de espírito necessário para que patrióticamente todos aceitem o sacrifício que à nação tem de se «xigir.

Mas para isso é preciso primeiro a tal competência.

E preciso que nós digamos aos Minis: tros: revelem a sua competência, não julguem apenas que a sua competência lhos vem do facto de meia dúzia do jornais a afirmarem, querendo calar a boca daqueles que, no dever sagrado da defesa do país, vêm aqui exigir aos Ministros a declaração verdadeira de qual ó o nosso estado e como nós podemos sair da sitoa-ç.ão miserável em que os seus antecessores deixaram ficar o país. (Apoiados).

Não, Sr. Presidente! O paleio é sagrado, quando ele defende o país, quando os Deputados vêm aqui dizer concretamente o que querem e não perdem o tempo em mesquinhas questiúnculas políticas, porque aqueles quo atacam os homens do Poder só têm vindo a esta Câmara para íraíar de questiúnculas políticas. (Apoiados),

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Podemos falar vinte vezes, mas falamos a defender os interesses da Pátria, Eles falam uma só vez, mas falam a defender os interesses da sua regedoria. (Apoiados).

Diga o Sr. Ministro das Finanças, patrióticamente, à nação o seu estado. Lance as suas ideas gerais. Há-do dizê-lo concretamente, porque senão falaremos tantas vezes quantas forem necessárias para isso. (Apoiados). . Diga o Sr. Ministro das Finanças as suas ideas aos seus amigos, aos que o conhecem na praça, porque conhecendo V. Ex.a devem saber que tem a coragem de os obrigar a pagar aquilo que devem à nação, se não queremos arrancar à força o que não vale um pataco tam falso como os patacos falsos do tempo de D. João VI.

Não venham arrancar à força medidas que são atiradas a esmo, sem serem coordenadas em planos gerais, dentro dos quais se integrem.

Não venho pedir, como o Sr. Presidente do Ministério, que pediu autorização para decretar medidas sobre liberdade de comércio, o no dia seguinte entende que deve extinguir a liberdade de comércio.

É preciso definir as ideas. Neste país nunca ninguém mais governará, como se tem governado até agora.

Nunca mais se cometerão os erros, os excessos, os crimes de lesa patriotismo, que se têm cometido até hoje contra a nação.

Se têm ideas que governem, se não têm que se vão embora.

Com o Parlamento fechado, ou aberto, o Grupo Popular dirá claramente ao país o quo entender.

O discurso será publicado na integra quando o orador haja devolvido as notas taquigráficas.

O Sr. Presidente:—Desejando o Sr. Ministro das Finanças usar da palavra, consulto a Câmara sobre se consente que S. Ex.a responda ao Sr. Cunha LiaL

A Câmara resolveu em sentido afirmativo,