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Sessão de 23 de Julho de Í920

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Estando a sociedade organizada nuin certo sentido, é sompre bom meter no cortiço essa gente.

Por isso não se usou de violências.

Trabulhou-so para que os enxames viessem para o mesmo cortiço com o fim de tirar o favo de mel, para que pudesse produzir alguma cousa.

Não se podendo manter durante mais tempo o consortium bancário, porque os interesses eram contrários e se praticavam alguns actos menos decentes, teve o Governo de acabar com ele.

O Sr. Vasco Borges (interrompendo) \— Seria bom dizer os nomes desses cavalheiros.

O Orador:—-Não posso dizer os nomes.

O Sr. Cunha Liai (interrompendo): — É preciso metê-los na ordem, com a guarda republicana.

O Orador:—Não é com a guarda republicana.

A respeito de Madalena vejo que V. Ex.as não são muito fortes em anedotas.

Vou dizer quem era o Cristo. Na tarde em que pronunciei essas palavras, estavam na sala apenas seis Srs. Deputados.

Tratava-se duma pregunta sobre um caso muito especial e concreto, nestas condições, como se tratava do um assunto muito delicado, eu disse: não lhe bulam!

Certamente que V. Ex.a não julgaram que eu desconhecia a gravidade desse assunto.

Como estávamos apenas seis pessoas, quási em família, eu servi-me da frase pitoresca da anedota.

E necessário não alarmar a opinião pública.

• Quando tomei posse da minha pasta, eu disse às classes conservadoras que era absolutamente necessário que pagassem mais, mas também lhes disse que não iria buscar esse dinheiro com a guarda repu blicana, querendo assim significar que tinha outros processos para buscar dinheiro.

Com respeito ás guias-ouro, a questão parece interessar muito ao Sr. Cunha Lia!, visto que por várias vezes a ela se tíem referido»

Eu devo dizer que esse processo íoi introduzido no nosso País pelo Sr. Adrião do Seixas, e que essas guias deram magníficos resultados no País.

Quando esse processo foi posto cm prática na Espanha a alfândega rejeitou as guias-ouro.

Esse processo foi modificado em Portugal, onde o Sr. Seixas crion um título que não tem circulação e era emitido pelos bancos e na presença desse documento era recebido na alfândega sem relutância.

O tesoureiro da alfândega recebe essas guias, que são enviadas depois ao Banco de Portugal, onde os bancos e banqueiros as vão trocar por cheques s/Londres.

As guias-ouro são sempre resgatadas nos.prazos legais.

Não são uni instrumento a eliminar; são sim um meio prático de se consoguii-o fim em vista.

Relativamente à pregunta sobre as causas da nossu precária situação cambial, já eu citei que fora unia delas, o mau om-prêgo dado ao ouro proveniente da exportação.

Uma outra causa é aquela que já propriamente S. Ex.a citou: foi que o aug-" mento de preço das cousas importadas traduziu-se por um coeficiente maior do que o do augmento de preço dos produc-tos exportados.

Em relação ao empréstimo e à circulação, eu direi a V. Ex.a que penso que é inevitável o aumento da circulação; no emtanto empregarei toda a deligôncia para a não aumentar, e vou dizer a razão porquê.

Por circunstâncias várias encontrava-me em Londres, no fim do mês passado; e aí pela circunstância talvez de ser aniigo íntimo do nosso Ministro naquele país, Sr. Dr. Teixeira Gomes, tive ocasião de estar em contacto com altas personalidades da finança inglesa, e posso afirmar «0111 conhecimento de causa, que o ponto de vista dos ingleses, antes de falarem comigo, era de que se fizesse o aumento da circulação fiduciária.

Mostrei-lhes, é claro, os inconvenientes que desse facto advinham, e expliquei-lhes que em Portugal havia necessidade realmente de existir uma determinada porção de notas, mas que também havia entre 1 nós, o velho vício de as guardar.