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Dtário da Câmara dos Deputados

degas, escusado é dizer que não pode despender muito tempo fora das suas ocupações, o mesmo as outras Direcções tom muito que fazer, porque, se há al-gnns serviços., que estejam organizados, s3,o os do Ministério das Finanças. E verifico eu agora que em 1913 esses serviços estavam muitíssimo bem montados, talvez devido ao homem que estava à sua frente, que, sem política, devo dizer que é bastante.inteligente, e, sendo jurisconsulto, com certeza que imprimiu os seus hábitos de método aos serviços a seu cargo. (Apoiados'),

Mas, dizia eu, esses indivíduos afirmam, entretanto, que os serviços desse Conselho do Câmbios é maior do que o de todas as suas Direcções Gerais, e não admira ^nada, pois que ô todo o serviço de importação e exportação do País. E ó claro que sem pessoal e sem instalações convenientes não era muito fácil organizar o serviço, por um lado, e por outro lado há sempre a relutância de dar informações das entidades organizadas, e mesmo o hábito de viciar informações e vi ciar datas, como tive ocasião de verificar.

Com relação ao consortium bancário, como V; Ex.as sabem, umas vezes parecia que o Governo estava de acordo com ele, outras que estava de guerra aberta. Era isto o quo se dizia, e ó absolutamente a verdade. Eu afirmo a V. Ex.a que, durante uns quinze dias, tive nas mãos como presidente do consortium, todos os banqueiros da praça.

O Sr. António Maria da Silva: — E mav ioi abri-las!

O Orador: — Não os pude suster, mas durante esses quinze dias, os banqueiro! faziam o que eu queria. Passado, porém algum tempo, os interesses das suas ca sãs foram mais fortes que as ideas pá trióticas que eu lhes impunha, e começa ram a abusar.

O Sr. António Maria da Silva:—É por que não se aplicou, a sanção devida. ] porque todos os desavergonhados . nesta terra contam sempre com a impunidade E S. Ex.a sabe muito bem que, para eíeito da penalidade, mesmo, eles diziam quo a libra valia 4$50.

O Orador: — E certo que não faltava nergia para coibir esses processos irregulares, rnas devo declarar que os negó-ios eram de tal monta que as multas que e impusessem não obstariam às irregu-aridades. Eles pagariam as multas e ha-iam de continuar.

O Sr. António Maria da Silva (intèr-"ompendo):— Impunham-se as multas e le reincidissem fechavam-se-lhes as porás dos estabelecimentos. Era o que se devia ter feito ao tal negociante da Rua do Ouro.

O Orador : — Não havia nenhuma vaii-agem em estar a dar apoio a criaturas quo. não respeitavam aquilo a que só haviam comprometido num protocolo que tinham assinado, porquanto o consortium bancário foi resultante dum convénio feito entre bancos e banqueiros. Haviam re-cíproca7nente tomado compromissos entre si. Era um contrato bilateral entre o Estado o eles. Foram 6les próprios que desrespeitaram aquilo a que se tinham comprometido numa convenção.

O Sr. Cunha Liai (interrompendo']: — Se não consentissem que eles desrespeitassem" o convénio, não teriam procedido como procederam.

Eram tratados com benevolência e, por isso, desrespeitavam a convenção que tinham assinado.

O Orador: — Não sendo já possível manter . a 'harmonia entre aqueles que a deviam mantar, produziu-se a desordem e por isso teve de acabar o consortium bancário.

O Sr. António Maria da Silva (interrompendo):— O que se devia era tirar o negócio dos câmbios a todos.

Esses cavalheiros praticavam essas ir-regularidades, porque sobre eles se não fazia sentir a acção forte.

^E porque praticavam eles esses atropelos ?

Porque a -sua maioria meteu-se a negociar em câmbios, r? . Foram eles os principais contribuintes da especulação cambial. (Apoiados).