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notas, mandei recolhê-las e tomar aota dos nomes e moradas das pessoas ;que iam trocar mais de 10 contos, e verifiquei que uma senhora itinha trocado nada menos de 800 contos em notas de 100$.

Mas, -corno ia dizendo, fiz-lhes ver os inconvenientes desse facto, e qu^ não se fosse abrk uma nova crise em Portugal, isto é, de se não trazer na algibeira o suficiente para comprar um pão.

É uma trovoada que estou convencido se dissipará. Contará o seu ponto de culminância em meados do mês que vem; no emtanto, disse, e repito, estou convencido de que a "bonança virá.

Porém, a minha opinião é que a cir-calação não pode ficar como está...

O Sr. Cunha Liai: —

O Orador: —Podem V. Ex.as ter a certeza de que em. matéria cambial, se fôssemos ouvir os padres mestres, eles não teriam puirtos de vista iguais aos meus. Mas eu confesso que não sou ortodoxo.

Como ia dizendo, eles afirmaram que nunca nós poderíamos ir à soa praça sem que primeiro cá dentro se faça um empréstimo, para assim .poderem ter confiança.

Eniquanto os senhores não fizerem esse sacrifício não encontrarão na nossa praça nem no 'Governo quem auxilie um empréstimo.

Isto foi dito por um alto financeiro e um grande político de Inglaterra.

S"erá -esta u política financeira que eu 'seguirei.

O Sr." António Maria da Silva (interrompendo) : — ; Quanta razão eu tinha quando preconizava ê'sse 'princípio í

O Orador : — Mais duma vez, disso estou certo, que têm passado pela cabeça de todos os 'Ministros das Finanças os contratos dos "Fósforos e dos Tabacos^ para se poder fazer alguma cousa.

I5u posso .afirmar a "V.. Ex.íis que não tocarei nesses contratos senão no. dia em que eles tenham de ser denunciados, para

Diário da Câmara dos Deputadas

depois passarem ou par-a o Estado ou para regime livra, isto para não tirar ao. Estado a possibilidade de daqui a ".cinco anos poder contar .com essa riqueza.

O Sr. Cunha Liai (interrompendo) : — Ora aí estai Toda a gente a dizer que V. Ex.a estava hesitante entre os liberais e reconstituintes, e afinal vem a cair nos braços dos populares.

O Orador: — A minha -situação define--se claramente: ainda não escrevi uma carta ao Partido Liberal saindo -desse Partido, porque se neste momento es.tou ocupando este lugar foi para satisfazer um pedido do meu particular amigo Sr.. Brito Camacho.

,jQue compromissos tenho' eu com os reconstituintes ?

São uns 'compromissos que hei-de manter.

Quanto aos contratos dos Fósforos e dos Tabacos, tenho a dizer que realmente sinto a necessidade de aumentar o preço dos tabacos . . .

O Sr. António Maria d i Silva : — Au-

mentar a receita 'do Estado.

O Orador: — Evidentemente. Trarei à Câmara uni projecio com que conto obter para o Estado talvez uns 4:000 contos. Não vou dizer agora o que é esse projecto, mas o que posso afirmar ó que ele ocasionará um rendimento que cômputo» em 4:000 contos..

O .Sr. Júlio Martins: — ,5 Sobre lucros de guerra o que pensa V. Ex.a?

O Orador: — Se V. Ex.a tivesse lido com atenção algumas passagens da declaração ministerial teria tido ocasião de ver pouco mais ou menos qual o meu pensamento sobre. o assunto- Serão apresenta-. das algumas pn-opostas salientando aquelas quu sejam de imediata utilidade para o .decreseimento do déficit .orçamental.

O Sr. António Maria da Silva--

haverá maneira de imediatamente trazer, algum dinheiro para os cofres públicas, embora se não chamem lucros do guerra?