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Sessão de 28 de Julho de 1&20

Disso o Sr. Ministro das Finanças que tinha sido mmdado- organizar o respectivo processo.

O Sr. Ministro das Finanças (Inocôneio Camacho) (interrompendo): —Foram julgados e pagaram a multa.

Jipartes.

O Orador: — É necessário saber se foi uma vez só que- houve- prevaricação.

O Sr. Ministro das Finanças (Inocêncio Camacho) (interrompendo) r—À legisla-ç!o< manda entregar os casos aos juizes das Execuções- Fiscais; mas- essa disposição não tinha aplicação e era. pr-eciso or-ganrzar processo diferente.

O Orador: — Com processo ou sem processo, eu vejo que aquele consórcio bancário tem vívido do favoritismo do Estado e .tem aproveitado esses benefícios, sendo cert® que êss'es bancos estão cheios de inímig-os da Eepública.

O que eu desejo também é mostrar à Câmara a incompetência desses homens que quando jogam na alta,' deviam-jogar na baixa, e quando jogam lia baixa deviam jogar na alta.

Agora vejam V. Ex.55 as facilidades com que os Governos abriram créditos a esses baucos.

Em certa altura os bancos, prevendo'a alta. começaram a, forçar as cousas, mas em certo momento, encontrando-se a descoberto, correram apressados ao Estado a pedir que este os salvasse.

Entabolarain-se, então, negociações verbais em resultado- das quais o Estado ficou desembolsado em cerca de 950:000 libras, não- havendo, porém, qualquer documento relativo a- esses créditos do que resulta o Estado ficar desfalcado em quantias importantíssimas...

Vozes : — j Isso -é verdadeiramente inacreditável!'

O Sr. Pais Rovisco: — ^E anda à solta o MinistL'0 quo consentiu nissx>?

O Orador' — E pr-eciso que estas cousas se digam, porque o país tem o direito de saber como são administrados os seus dinheiros.. „

O Sr. Ministro das Finanças (Inacêncio Camacho): -— Para um desses casos existe qualquer cousa escrita.

Vozes:—E para os outros?

O Orador: — ... e para que a naçjio saiba quais são os verdadeiros bolchevis-tas e escolha entre os bolchevistas que nesta Câmara, desassombradámente, tem pugnado pelos seus interesses e .pela moralização da competência administrativa e aqueles quo impunemente se acoitam na Eua dos Capelistas em verdadeiros soviets da finança.

Tinha razão o Sr. Júlio Martins quando há pouco, apoiado pelo Sr. Ministro das Finanças, declarou que n*o havia soviets do P'artido Popular, mas sim os soviets da Rua dos Capelistas... •

Não é preciso ler tratados, e melhor fora que eles tivessem menos leitores, porque haveria mais competência^ para se saber que uma das causas principais da situação económica é o desvio do ouro para o estrangeiro.

Eu quero frisar bem o que é o patriotismo das classes dirigentes. É este: quando podem, guardam avararnente o ouro lá> fora, sabendo que isso vai causar o desequilíbrio- na nossa balança financeira, mas quando reconhecem que já não lhes conv.ôm ter o dinheiro lá fora trocam esse ouro cm bugigangas.

E esta gente que tem a confiança do Ministro que nos diz:

— «Não lhes bulam, senhores, que .a Madalena pode ofender-se».

Tenho a certeza que muitos navios se fretaram para levar produtos coloniais para o estrangeiro e que parte do ouro proveniente do cacau não fica no país.

É preciso lutar contra os soviets da finança, não, porque eu não tenha pela grande finança respeito, sei quo há homens que tudo devem a si mesmo e que rmrito trabalharam para o seií pais. Mas isso são exccpçQes, em regra não é assim-.

Oxalá que as minhas palavras tivessem uma repercussão, e em todo o país pudesse despertar iim movimento patriótico.

A seguir o Sr,, Ministro das Finanças fez uma afirmação qire é espantosa. Quo daqui a cinco anos-o equilíbrio virá!