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Já ouvi aqui dizer que daqui a três anos a situação es"taria normalizada.

Já aqui nesta Câmara houve outra afirmação : aumentar a circulação fiduciária, 6 um crime.

Já aqui houve outra afirmação: levantar empréstimos e aplicar o dinheiro resultante a cousas que não sejam a nossa renovação económica, é um crime.

Tenho, portanto, ouvido classificar como um crime, cousas que eu sei que são necessidades absolutas, mas permito-me sempre analisar essas frases feitas para produzir efeitos lá fora.

E vamos lá, então, à análise da frase do Sr. .Ministro.

Matematicamente a nossa situação financeira melhorará em cinco anos.

Não é preciso uma larga intervenção do Governo.

Eu .já não acredito em milagres, e estas cousas não caiem do céu aos trambu-Ihões.

Dizia-se isto : a nossa balança comercial, há-de cada vez mais ser desproporcionada, porque cresce o nosso déficit em ouro, porque os produtos que saiem do Tejo, saiem mais valorizados que os que chegam nu Tejo.

E nós importamos substâncias alimentícias, matérias primas, produtos manufacturados, etc.

Vamos lá a ver, então, como'isto pode melhorar.

Pode melhorar cultivando o País cada vez mais, intensificando a produção, fazendo obras de irrigação, etc.

Ora tendo nós uma legislação um pouco menos atrabiliária, é possível que isso se de.

Contudo estamos assistindo há quatro anos a esses arrancos que os Ministros de quando em quando dão nas Câmaras, e que se cifram sempre na -mesma frase: ó preciso bastar-nos a nós próprios e aumentar a produção!

j E todos continuam a fazer o mesmo que têm leito até aqui!.. .

Repare agora V. Ex.a, Sr. Presidente.

Disse o Sr. Ministro das Finanças: «irei realizar economias, sobretudo naquelas despesas que não são essenciais, que são acessórias, verli yratia a questão dos trigos.

Note V. Ex.a uma'cousa: nós não podemos modificar agora o regime do pão.

Diário da Câmara dos Deput idos

dum momento para o outro, embora possamos modificar o seu diagrama.

Os que comem 'trigo hão de continuar a comê-lo, e os que comem milho, hão de continuar também a comê-lo.

A política que V. Ex.a preconiza de arrancar, — é este o terino, — a todos os contribuintes que comem milho, 40:000 contos, para dar trigo àqueles que o devem comer, não pode subsistir.

Mas vamos lá ao momento actual.

Mas se não conseguirmos arranjar as 130:000 toneladas de adubo, que é a quantidade necessária para se intensificar a cultura, poderemos perder a esperança de para o próximo ano intensificarmos a cultura de trigos.

Temos estado numa péssima política, tambôm no que respeita a trigos.

Em nome do País pregunto ao Sr. Ministro das Finanças qual é a política exacta que o Governo vai seguir a tal respeito.

Como é que se pode saber o montante que pagam as câmaras municipais.

Eu não quero que V. Ex.a me dê uma resposta já.

Eu desejo que o relatório de V. Ex.a se faça o mais completo possível.

Eu creio que todo o ouro que eu Irar dentro do país deve ficar sujeito ao conselho de Fiscalização de Comércio e Câmbios. O Estado devia estar ao facto disso.

O que é certo, é que já aqui um Ministro das Finanças, cujo nome escuso de dizer, me disse que o déficit da nossa.praça é de 18 a 20 milhões de libras.

O relatório, servisse ou não servisse, tinha de ser presente.

Não se compreende essa falta, mas V. Ex.;i vai remediá-la com certeza.

Agora passemos por cima da organização do Ministério das Finanças, como gato por cima de brazas.

Ô Sr. Ministro das Finanças veio aqui declarar que as forças vivas até chegaram a viciar datas, o que constitue um crime, crime que ficou impune.

Aqui tem V. Ex.a o favoritismo que as forças vivas "encontraram da parte do Estado.

Quanto à-depreciação cambial, S. Ex.a falou em especulação.

Essa explicação não serve.