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Sessão de 28 de Julho de 15>2 J

Assim, chegamos a ver o espectáculo imoral de encontrarmos escolas industriais onde deveria existir a os cola agrícola, e depararmos coin escolas comerciais onde tudo aconselharia a existência de escola industrial,

A propósito, lembro que de há muito deveria haver na Covilhã uma escola de tecelagem, que é a indústria da região.

Mas tem lá uma escola que para nada serve, senão para criar indivíduos com aspirações a lugares públicos.

Sr. Presidente: quando visitei uma exposição de trabalhos produzidos nas escolas industriais/ que só realizou no teatro de S. Carlos, eu tive o desgosto de ver que os modelos apresentados pelas diversps escolas eram os mesmos. Parecia-me que o natural ora ver de cada escola um modelo apropriado à indústria tradicional que houvesse na região em que ela se encontrasse.

Nos trabalhos femininos, verifiquei a mesma uniformidade.

As mesmas rendas de bilros, feitas em Viana do Castelo, cm Peniche e em Lagos.

Sei que o Sr. Ministro do Comércio tem muita vontade de acertar, e por" isso chamo para estes factos a atenção de S. Ex.a

A V. Ex.a respondo : uma remodelação das escolas, para que se tenham operários para desenvolverem as indústrias, e não parasitas do Estado, corno infeliz-menie muitas vezes sucedo. (Apoiados}.

Mas não é na discussão do orçamento que enveredaremos por esse caminho.

Sobre o onsino industrial secundário em Portugal, direi que tive a honra de .frequentar uma escola secundária de ensino industrial.

As minhas palavras n3o podem sçr le-1 vadas à conta, nem de desprezo por essas escolas, nem à falta de conhecimento do elevadíssimo número de homens que têm habilitado para a vida pública. ^Mas, ° que tem sucedido nas variadíssimas reformas dessas escolas? E torná-las impróprias para o fim para que foram destinadas.

Temos visto na prática esse ensino. Nós não precisamos de ter tantos engenheiros. (Apoiados).

O Sr

: — Não apoiado.

0 Orador: — O que se demonstra é a má orientação que se tem dado às escolas secundárias, sendo apenas diferentes das escolas superiores muitas vezes, apenas no número das cadeiras e número de professores, tendo até com frequência havido professores comuns e quási com. comuns programas.

Temos criado engenheiros de várias categorias, como sucede na Alemanha e França.

Criando essas classes de engenheiros-, fatalmente hão de deslocar os outros das escolas superiores, e de duas uma : dessas classes está de mais.

A acção duma anular a outra; e então os engenheiros que saem dos institutos industriais do Porto e Lisboa, são inúteis, ou os outros que saem das escolas superiores.

Com os dois sistemas criamos uma competência que só pode ser prejudicial à orientação que se queira seguir.

Os serviços estão defeituosos.

Precisumos de criar indivíduos com os conhecimentos bastantes para recebendo ordens dos engenheiros, as executem tratando com operários e podendo assim bem-executar as obras, tudo o mais é supérfluo. x

Não é assim que se faz.

Quando se criou o Instituto Superior Técnico de Lisboa, foi para mais tarde se criarem as escolas de capatazes, traço do união entre engenheiros e operários.

Depois reconheceu-se que havia necessidade de colocar amigos. (Apoiados).

.Era preciso -dar destino a homens qu tinham sido professores durante a mona r quia, e que durante uni certo tempo estavam deslocados.

Era preciso colocá-las já e reviveu o Instituto Industrial de Lisboa.

Sendo tam engenheiros uns como outros : uma escola ou outra está de mais.

Chamo a atenção do Sr. Ministro para o seguinte:

Em Espanha que tem 30 milhões de habitantes, não há tantas escolas de engenheiros.

Há superabundância-de técnicos.

Os engenheiros servem para tudo.