O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

28

os dois institutos se separarem o passarem a funcionar em casa diferente, deverão, então,ser devidamente providas no Instituto Comercial as tais cadeiras ora comuns com o Industrial e regidas pelos professores deste último Instituto. Nesse provimento está assegurada por lei a preferência para os comercialistas, quenoss.e sentido reclamaram contra o tal decreto n.° 6:563, cm que viram ameaçados os seus direitos nos termos que ontem expus.

Eram razões de ordem pedagógica que motivam esse decreto e de nenhum modo atentam contra os direitos dos comercialistas, e afirmou em documento oficial o Ministério do Comércio. Razões pedagógicas o razões de... economia, pois que os professores dó Instituto Industrial passando a ter lugar no conselho escolar do Instituto Comercial, nem por isso adquiriam qualquer título ou direito que lhes permitisse figurarem ou ficarem dentro do quadro do Comercial.

Boa pedagogia e boa economia, não há dúvida, Sr. Presidente. Ao mesmo tempo que isto se afirmou despejadamente já estavam alapardados dentro, do orçamento, como pertencentes ao quadro do Instituto Comercial .os tais professores do Instituto Industrial.

Onde está a economia?

Falemos francamente, Sr. Presidente, o que isto representa é não só uma burla que se pretende fazer aos comercialistas, inas ainda uma manifesta zombaria ao Parlamento.

Não pode ser e não há-de ser!

Assim dou jor terminadas as minhas considerações, certo do que a Câmara não deixará de tomar na devida conta, aprovando-a, a proposta de emenda que tive a honra de enviar para Mesa.

O Sr. Aboim Inglês: — Sr. Presidente: o capítulo 8.° do orçamento do Ministério do Comércio é, sem dúvida, um daqueles para que todos nos devemos voltar com mais atenção.

Trata-se da preparação do elementos do trabalhos para transformar a economia nacional; trata-se da preparação de bons operários, de intermediários entre operários e engenheiros e de bons engenheiros.

Desde que em 1864 se instalaram as .primeiras escolas industriais, todos os Mi-

Diârio da Câmara dos Deputados

nisíros das Obras Públicas, e hojo do Comércio, têm produzido muitas reformas e todos têiu preconizado a necessidade que há cm preparar bons operários, bons intermediários entro operários e engenheiros e bons engenheiros: mas o que é verdade é que todas ossas boas intenções só tom ficado no papel, pois as escolas primárias industriais são uma vergonha, em relação à forma como é interpretada a idea da sua organização.

As escolas intermédias outra vergonha, e apenas há pouco tempo, nas escolas superiores, uma.

(Trocam-se apartes entre o orador e vários Deputados que o rodeiam).

O Orador:—Eu vou provar a V. Ex.a como a Escola Marquês de Pombal não preencho o fim para que foi criada.

Quando eu digo que é uma vergonha, quero significar que são inúteis para o fim para que foram criadas, não prenchem o fim a que se destinam, porque transíor-maram-se em escolas burocráticas, servindo apenas para criarem candidatos ao emprego público, vendo-se os Ministros todos os dias assediados com cmpenhos desses candidatos.

Com o ensino industrial português, segundo 'o orçamento, gasta-se 1:265 contos. Ora, com esta verba podíamos ter um ensino industrial modelar para as nossas necessidades actuais.

Não queiramos ter aquilo a que não temos direito.

A uma população de seis milhões de habitantes, com uma indústria embrionária, chegariam as escolas que tem os, para nos darem bons operários, bons capatazes e bons engenheiros. Porque os não temos?

O vício é de origem.

Se lançarmos os olhos para as escolas industriais e comerciais primárias que há por esse país fora, logo à vista nos salta a uniformidade de todas olas e a deslocação do ensino das necessidades regionais; ,; então para que foram criadas?

Todos nós sabemos que essas escolas .enfermam de influência política dos caciques da localidade onde foram estabele-olidas.