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Sessão de 28 de Julho de 192

Não se referiu S. Ex.a ao aumento da circulação fiduciária.

Não disse a causa determinante da depreciação da nossa moeda.

A única resposta concreta que eu. vejo que o Sr. Ministro me 'deu, ó a que diz respeito à circulação fiduciária.

Várias vezes eu tenho dito nesta Câmara que é preciso não ter ilusões ; o aumento da circulação fiduciária ó um mal, mas é um mal necessário. Evidentemente •que eu se quiser realizar uma obra produtiva, ou pagar uma dívida, o se não tiver maneira de arranjar capital, terei do contrair um empréstimo com pequeno juro. Mas, pelas condições do Tesouro, para fatalidade das cousas 'públicas, pela maneira como 'os negócios do Estado correm, o aumento da circulação fiduciária é um mal inivitável. Vejo que o Sr. Ministro me dá razão, e que em Londres lhe disseram que desejariam ver a circulação fiduciária aumentada.

Disse o Sr. Ministro das Finanças que não ó mais do que uma trovoada que se dissipará, mas se não se dissipar, a sua expressão máxima, dar-se há por meados do mós de Agosto próximo.

São precisas estas discussões para tranquilizar o espírito público, porque se elas tivessem lá for?., a devida publicidade mostrariam que, sendo este um mal terrível, em nada vem afectar o crédito geral do país.

Sobre o contrato dos tabacos e dos fósforos, devo dizer que, me parece não me ter referido a esses factos, Mas já -que se falou em contratos de companhias eu devo dizer o seguinte :

Eu não desejo, por exemplo, °o resgate dos caminhss de ferro, por motivos diferentes daqueles que se têm apontado, nem tam pouco tenho nenhuma animosidade contra companhias que procuram servir melhor ou pior o público, conforme a ânsia e ganância dos seus administradores. Há companhias que não se podem desenvolver, como a Companhia Portuguesa, que ocupa o centro do país, que ocupa a parte mais interessante do país, e onde vão afluir todas as outras linhas, e que não está em condições de prosseguir num desenvolvimento maior.

K preciso aumentar os cais, modificar as pontes, emfim adaptar a linha ao actual tráfego, substituindo-se uma parte do material circulante avariado.

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Para se conseguir isto são necessárias muitas dezenas de milhares de contos.

Aumentando-se as tarifas, vem a concorrência da navegação fluvial, vem o afastamento de passageiros e o natural encarecimento cia vida, o que provocará novos pedidos de aumento de ordenados e salários.

E preciso resolver o- problema dos transportes e realizar uma larga operação de crédito.

Sendo grande o déficit cerealífero, ôste facto contribuirá para a depreciação cambial.

Produzindo as propostas de lei do Sr. Pina Lopes um certo aumento pregunto, onde se vai buscar o restante, para cobrir a diferença que há no déficit?

Ao mesmo tempo precisamos consolidar a nossa dívida flutuante.

Temos de salvar o país.

«j Qual é a soma dos bilhetes do Tesouro ? ,

Não tenho dados para o afirmar.

A vantagem seria consolidar a dívida flutuante, levantando um empréstimo lá fora.

O Estado tem de seguir duas políticas : Dar ao país o ouro 'necessário para a compra dos maquinismos precisos para o fomento económico e saldar todos os compromisso s lá fora.

As próprias forças vivas nada poderão fazer, sem o auxílio do capital estrangeiro.

Eu sei de empresas que não vou citar, porque é segredo de quem mo contou com a melhor das intenções, que andam lá fora negociando empréstimos.

Evidentemente se quisermos explorar unia mina de carvão há sempre dinheiro para isso, se quisermos dirigir e tráfego para uma região rica, embora os caminhos de ferro estejam desacreditados ó possível que ainda apareça dinheiro, se quisermos montar empresas hidro-eléctri-cas estou certo que aparece capital, mas, convêm isso aos interesses nacionais?

É isto que era necessário ser esclarecido por V. Ex.a

Segundo un?a declaração de V.Ex.a, a proposta do lucros de guerra ó posta de parte com grande desgosto do Sr. Ministro do Comércio»