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agravar demasiadamente a vida das classes pobres.

Quanto às contribuições permanentes, o Sr. Ministro das Finanças vai-nos certamente dizer qual o critério que adoptará; se a taxação dos impostos indirectos ou aumento da taxação dos directos; qual o montante de recursos que espera obter desse agravamento do impostos; e, ainda, se.estáou não disposto a perfilhar a proposta do Sr. Pina Lopes sobre lucros de guerra, ou se está no propósito de criar ama qualquer outra que represente uma contribuição excepcional e forçada por motivo da guerra.

Pensará, porventura, S. Ex.n que as condições de vida do País o podem dispensar de ir buscar o indispensável para pôr eni ordem as contas do Estado?

S. Ex.íl não querendo .assustar a praça bastante assustadiça, não falou em lucros do guerra, nem seqner nos disse o que pensava sobre a proposta pendente desta Câmara. E necessário, porém, que nós o saibamos, é necessário que o País o saiba.

De quaisquer destas medidas resultarão certos recursos, quais? Serão 'eles bastantes?

Como não é natural que o sejam, pensa S. Ex.a em recorrer aos empréstimos?

No caso de optar pelo empréstimo que espécie de empréstimo prefere: o empréstimo forçado, o empréstimo a curto prazo representado pelos bilhetes de Tesouro, ou o empréstimo a longo prazo como adoptam muitos povos, marcando 10 e 20 anos de prazo, para assim levarem o país a ter confiança nos seus recursos ?

Outra cousa desejo saber do Sr. Ministro das Finanças.

Parece que todas as tendências são para se seguir o processo indicado pela Associação Comercial qual seja o de multi-

Diário da Câmara dos Deputado»

plicar as taxas actuais e não mecher DO> sistema tributário.

De modo que há uma modificação...

Aumenta-se a tarifa exclusivamente, e-o sistema rende mais ou menos.

O sistema português não se presta ao mesmo processo, e por isso recomendam o aumento dos impostos indirectos.

.0 desejo dos ricos 6 que os aumentos recaiam sObre os impostos indirectos, porque são as classes menos favorecidas que hão-de pagar as culpas da guerra e as consequências das nossas avariadas finanças.

Hão-de ser os pobres quo hão-dc pagar os desmandos dos outros." E eles,. que já fizeram o sacrifício do sangue, indo para a guerra, hão-de dar o seu dinheiro para satisfazer as associações comerciais.

Quando, duma maneira geral, se alude à modificação das taxas, precisamos saber como se fazem essas modificações. .É preciso também quo os impostos directos sejam agravados. E estes é que devem sê-lo, porque assim não se sacrificam as classes pobres.

E preciso que'se dê uma resposta. ;Há solução ou não há solução ?

Não há vantagem nenhuma em adiar a problema.

Quanto mais tempo estivermos na incerteza pior.

E preciso não perder mais tempo "com processos rudimentares de administrar, porque então será • mais difícil o problema.

É preciso, portanto, tocar na Madalena.

Há sempre maneira de resolver o problema.

Se preciso for, embora isso seja doloroso, iremos ao capital. É preferível isso a frmos para o fundo.

Não havemos de agravar só os impostos actuais.

Temos de impor travão aos lucros'de guerra.

A situação do país impõe sacrifícios.

É preciso que a Eua dos Capelistas pague, que os comerciantes e capitalistas paguem.

Temos de salvar o país, empregando todos os esforços e apelando para o país.