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Sessão de 28 de J.ulko, de H)20

este meio, isto é, por um empréstimo forçado e por recurso aos bilhetes do Tesouro que o Estado pôde viver.um. pouco mais desafogadamente, como se estivéssemos em verdadeira calmaria, atravessando uma situação desanuveada e segura. Não há dúvida que era cómodo viver assim, podindo ao Banco de Portugal que fosse estampando notas à medida que os Governos carecessem delas, ou recorrendo aos bilhetes do Tesouro logo que tal estampagem parecesse escandalosa. Não há dúvida de que governar por esta forma, esgotando a pouco e pouco todos os recursos, é tudo quanto há de niuis cómodo c de .mais fácil, tanto mais que o único perigo seria o :da .falta de -papel ou o duma greve demorada.

Quando eu aqui, aualisando-o problema, afirmei que nós caminhávamos a passos agigantados para a ruína e para a falência, porque os- recursos e os expedientes tinham um limite, e apontei a necessidade de se renovar o-contrato, ninguôm quis ver as dificuldades, todos se nega. ram obstinadamente a encarar a situação tal qual ela insofismavelmente se nos mostrava, porque entendiam essas pacificas e tranquilas criaturas que..a.minha insistência não passava duma caturrice dum Deputado cujas afirmações só serviam 'para lançar o pânico no País e estorvar a acção do Ministro das Finanças. Lá vinha então a especulação, lá vinha o paleio, quando a única cousa que me tinha norteado era o grande desejo de salvar a Pátria dum perigo,iminente, prevenindo-o a tempo (Muitos apoiados,), era não deixar que a-situação chegasse a ês-te,.ponto, «par.a termos -de confessar

O Sr.. Sá Cardoso, ch afiando-.u m Governo durante seis longos .meses, não fez nada, absolutamente nada (Apoiados). Lembrou-se ou tão de reconstituir o Governo ,a que presidia, como que para se penitenciar do precioso tempo que tinha leito perdor à. Nação, mas o Partido Popular, o muito bem, não lho dou a sua .confiança por lha não merecer o homem que tinha demonstrado não estar à alturu de resolver uma situação que ele mostrou desconheaer-.dnrante .seis -meses de Governo. (Apoiados},

O Sr. 2£ano3l Alegre :--Nào apoiado!

O Orador: — Por muita consideração pessoal que V. Ex.a tenha pelo Sr. Sá Cardoso, não tem mais do que eu.

O Sr. Manuel Alegre: — O Parlamento é que o não ajudou.

O Sr. Vasco de Vasconcelos:— O Sr.

Ministro das Finanças do gabinete do Sr. Sá Cardoso declarou nesta Câmara que não apresentava propostas algumas sobre finanças, porquanto entendia que essa iniciativa pertencia ao Pariamonto e a 6le.

O -Orador: — j Desgraçado Governo no dia em que o Parlamento desaparecesse o deixasse de ser' o bode -expiatório, o cabeça de turco de todas as asneiras que se praticam neste País !

O Parlamento aeu ao Poder Executivo autorização para legislar sobro câmbios, e fê-lo por uma forma 'dcscricionária. Quais foram os resultados? Todos os conhecem.

O Parlamento deu as mais latas autorizações ao Poder Executivo para legislar sobre subsistências. ' Quais -foram os resultados? Estar o País a debater- se com a fome.

Sr. Presidente: eu não me cansarei, nem tampouco largarei, com risco do todo o mundo cair em cima de mim, o Sr. Ministro das Finanças, emqnanto não nos disser detalhadamente qual a situação do País e as medidas que tenciona tomar, quer S. Ex'.a queira, -quer não queira.

•Isto 'é .-muito vago; o País precisa *de descançar, e é por isso que eu vou fazer algumas pregimtas -quo entendo são necessárias -para esclarecer o-País, e depois preguntarei ao Sr. Ministro como é que resolve o problema.