O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

6

Diário da Câmara dos Deputados

pré ao imposto e ao empréstimo, quando os impostos se mostravam insuficientes para ocorrer às despesas da guerra.

O que se fez em Portugal ?

é Houve uma idea, um plano orientador da nossa política financeira?

Legislou-se sobre o caso? Nada disso. Vivemos ao acaso. (Apoiados).

Só depois de assim termos vivido, ao acaso, exigem dos representantes da nação ideas.

Em quanto o meu partido tiver assento nesta Câmara havemos de exigir esse plano. (Apoiados'). Essas ideas exigiremos.

Não estamos aqui, como meninos de escola, a aceitar todas as asneiras que do alto da sua sciOncia incomensurável nos atirem.

Fizemos, portanto, dizia eu, uma .política ao acaso, pois que ela consiste no seguinte: Em impostos ninguém toca, porque isso podia ir descontentar as clientelas que fazem Deputados, as clientelas que fazem Ministros.

Ninguém fale em impostos, ninguém lhes toque. O único imposto que foi aumentado foi o das taxas aduaneiras, foi o pagamento dos direites alfandegários em ouro. . ____

Neste ,moinento hei uma snpercitaçãojie indústrias, resultante do estado de guerra, mas cujo abatimento se fará sentir notavelmente, logo que essa influência deixe de exercer a sua acção.

Portanto, o que verificamos? Verificamos que o déficit foi crescendo sucessivamente. Assim, em 1914-1915 -era de em 1915-1916 era de em 1916-1917 era de em 1917-1918 atingiu 94:781 contos, e o de 1918-1919 subiu a 189:700 contos. . HQ

Sr. Presidente: u ao falo no de 1919-•19,20, porque já nesta Gamara tive.ocasião de me ocupar desse assunto, e dizer que estou convencido de que as (previsões do Sr. Ministro, ao findar o ano económico, estflo erradas .meio. por ineio.

Sr. Presidente: já igualmente tive ocasião de falar a respeito dos negócios do trigo, em que o Estado .figurava • como ganhando algumas centenas de contos, quando afinal já aqui foi dito que ele perdeu aiesse negócio do trigo cêreu de 50iQOO contos. -Mas, se acrescentarmos

2.8:258 contos; 44:913 contos; 50:,686 contos;

ainda o cálculo dos juros das dívidas, etc., eu estou convencido de que.o déficit exoe-' dera, pelo menos, 200:000 contos. • : • ^Como é que se fez face a este déficit f [ A primeira cousa criada foi uma verba de despesa permanente do estado de guerra, da qual só se devia dar contas depois do ano económico.

AS contas que nos deram'só serviram para embaraçar a comissão executiva da Conferência da Paz, que teve de eliminar verbas na importância de 60:000 contos,, que é uma subversão da maior parte das-cousas, e parecia coutar com a compensação a exigir à Alemanha. (Apoiados)*

A situação do país é esta : gastar sem conta, peso nem medida.

Procurar, por meio duma fórmula de momento, verba de despesa, uma fórmula onde se possam meter todos os favoritis-mos. (Apoiados}.

Assim metemos dinheiro, gasto sem'designação, nas contas que foram à comissão da Conferência da Paz, e foram cortados contos e contos que aí foram postes sem discriminação.

^Para fazer .face a.estas verbas de que se lançou mão ?

V. Éx.as estão a ver que se haviam de descobrir meios menos próprios para; provocar a revolta popular.

Primeiro lançaram mão dos depósitos-da Caixa Geral de Depósitos, que deviam estar em caixa.

Os depósitos somavam muitos contos-nesse momento.

Como já haviam trazido uma soma muito considerável, tiveram de recorrer ao Banco de Portugal, elevando o cré-' dito. ,|f

Depois imaginaram uni truc.

As contas seriam dadas depois de terminada a guerra. ..

O Sr. Ministro das 'Finanças (Inocên-GÍO Camacho) (interrompendo):—Peço des-! culpa, mas parece-me'não ser bem assim. Não é «depois -de -ter-ininada a guerra», mas .sim depois de «assinada-a paz». Estas cousas têm importância grande...