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como V. .£x.as sabem, um grande nume- ! ro de praças comia fora dos seus quartéis, do que resultou ser a alimentação bastante dispendiosa.

.Nestas condições, peço à Câmara ur-gôn-cia e dispensa do Regimento,, a fim de que o Estado possa saldar as suas contas.

O Sr. Cunha Liai: —^V. Ex.:i não põe à votação o requerimento, do Sr. Ministro?

O Sr. Presidente: — Ainda não há número para *se votar.

O Sr. Cunha Liai: — Então faça-se a chamada.

O Sr. Presidente:—Estamos ainda no período destinado a antes da ordem do dia.

O Sr. Ptaúl Tamagnini: — O assunto de qne me vou ocupar carece da atenção especial do Sr. Ministro da Guerra.

Trata-se dum verdadeiro atentado contra um republicano, • cometido em nome da disciplina militar, que eu muito respeito, mas não compreendo como ela pos-•sa servir para se perseguirem republicanos.

O comandante do infantaria n.° 9 castigou injustamente um sargento chamado Manuel Esteres Ferreira, a quem se devem assinalados serviços, pois foi ele quem proclamou a República em Moimenta da Beira, não cumprindo as> ordens que lhe haviam sido dudas para fazer ali hastear a bandeira monárquica, no período torvo da Tfaulitânia.

Quando regressou a Lamego, foi preso pelas fArças monárquicas e enviado para o Aljube do Porto, onde se conservou até a. libertadora revolução de 13 de Fevereiro.

Pulo .general Sr. Abel Hipólito, conian-daa/e duma das coiunas em operações contra os rebeldes, monárquicos, foi elogiado nos termos que passo a expor:

«Qne seja louvado pela acrisolada fé republicana e acendrado patriotismo, etc.».

Q.ua.oá'0' restaurada .a República, este sargento voltou para o regimento, eni Lamego, 'onde foi ao mesmo teiof o colocado. e&mQ eamanídaiite, o teaeníte-eoronel Azeredo..

Di&ricr da Câmara dos Deputados

Passados dias, foi chamado por esse te • nente-coronel, que lho disse o seguinte:

«Tenho pôr hábito, quando assumo o comando, analisar as folhas de matrícula dos sargentos e oficiais das unidades, e, havendo procedido assim, verifiquei que o senhor tem na sua íôlha do serviços um louvor. Não quero sabor se esses serviços foram prestados a uns ou a outros. Vejo que é político, e como é político, e eu não quero políticos no meu regimento, convido-O' a pedir a sua transferência».

0 tenente-coronel mostrou assim bem quais eram os seus sentimentos republicanos.

Não quis saber disso, todavia, o sargento, porque, firme na liuha de conduta que sempre tinha traçado e seguido, como demonstram esses louvores, e tencionando continuar sempre a cumyjrir o sou dever no regimento, não pediu a transferência.

Mas lá veio um dia o momento ambicionado pelo superior.

IIá sempre nm pretexto para castigar aqueles de que se não gosla e para,isso a disciplina militar dispõe de vastos recursos.

Foi o caso que liurna dada madrugada, ao toque da formatura do café, o sargento não compareceu com aquela presteza que lhe queriam ver, mas que a. outros se não exigia.

Houve apenas a demora de dois minutos, quando muito. O bastante para ir do seu quarto até ao local da formatura.

1 Pois foi considerado como não tendo comparecido à formatura, a que não tinta faltado!

Foi o alferes Lima. um reaccionário que comandou tropas monárquicas em Lamego., durante a Traulitânia, motivo porque foi transferido para o regimento de infantaria 13, de onde depois, mais tarde, vol-itoii^para o 9, à força de empenhos. v

Esse oficial monárquico, deu pois parte do sargento republicano.

Passados poucos dias era arguido nos termo-s que passo a expor a V. Ex.a: