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Sessão de 8 de Março de 1921

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^E aquela que nos acarreta a situação cambial V

£É porventura aquela que deriva do aumento constante das subvenções?

£ Como se consegue reduzir ' o déficit?

S. Ex.a tem um remédio : quando vier o dinheiro da Alemanha então S. Ex.a atenuará o déficit, havemos de ser felizes.

Sr. Presidente: £ representa isto um ataque ao Sr. Ministro das Finanças? Não.

Dirão que estou já a faltar à lealdade do meu apoio. Não. E não voto moções de desconfiança; peço ao Sr. Ministro das Finanças que me esclareça. Não pretendo com um obstrucionismo feroz criar . dificuldades a S. Ex.a, o que desejo simplesmente saber é como se vai realizar a compressão das despesas.

S. Ex.a tem obrigação moral de o dizer ; preciso de o saber para lhe dar to-' do o meu apoio seja qual for a forma por que S. Ex«a queira realizar essa compressão de despesas, seja a mais violenta. S. Ex.a na oposição falou em cousas extraordinárias a respeito da compressão de despesas; assuntos muito íntimos obrigam-me a ausentar por algum tempo dos trabalhos parlamentares, mas quando voltar do remanso da minha aldeia e S.Ex.a ainda não tiver realizado a tal compressão de despesas então não terá mais uma hora de sossego, todos os dias me ouvirá: ovamos a comprimir as despesas, vamos discutir tal projecto», amarrando-o assim de uma vez para sempre às palavras que pronunciou na oposição.

Sr. Presidente: eu espero que o Sr. António Maria da Silva 'irá hoje,, no Governo, cumprir tudo quanto disse na oposição.

S. -Ex.a quererá que se discutam os orçamentos: o correspondente ao ano económico futuro e os relativos aos anos an-riores.

Estou certo de que S. Ex.a há-de cumprir o que disse, pois de contrário tinha de se reconhecer que havia estado a fazer aquela política do tira-te tu para ir eu! (Apoiados).

Também S. Ex.a diz que vai criar receitas, que vai adoptar algumas medidas dos seus antecessores, umas são minhas, outras não.

Mas S. Ex.a não fala na contribuição predial.

Não sabemos, pois, se quere ou não aumentá-la.

Fala no imposto global de rendimento.

Num país em que, como no nosso, não há estabelecido o regime necessário para se saber dos rendimentos exactos, isto prestar-se há às maiores injustiças.

Emfim, fala-nos numa trapalhada de cousas que se nos torna impossível saber bem qual seja a sua orientação.

Seja como for, o que eu desejo é que S. Ex.a cumpra o seu dever.

Tem de aumentar as receitas e comprimir as despesas. É esse o seu programa da oposição.

O resto do programa ministerial fala--nos em vagas aspirações em que todos nós estamos concordes.

Conheço o programa do Ministro do Comércio. Sei que S. Ex.a está animado da melhor das boas vontades de acertar. Sei também quanto é grande o desejo do Sr. Júlio Martins, meu ilustre chefe, em fazer boa obra.

O que é preciso é que S. Ex.as actuem.

Metermo-nos no nosso Gabinete e anunciar, por exemplo, que o câmbio passará para 7 ou para 12 é fácil. O que é difícil é conseguir que isso se realize na prática.

É preciso que o Governo tenha acção. E preciso que o Parlamento auxilie o Governo.

O Sr. António Maria da Silva já disse que a comissão de finanças seria o seíi Gabinete.

Pois eu se pertencesse a essa comissão seria o mais fiel membro do seu Gabinete.

Eu daria o meu apoio a todas aquelas medidas justas e honestas que o Governo apresentar. -

Prometo até não as discutir muito, mas o que eu desejo, o que o país ansiosamente aguarda é uma política de-resoluções, de ^trabalho, de acção, uma política de engrandecimento e de reconstrução.