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Diário da Câmara dos Deputados

pio do triunfo certo dum novo num país de medíocres!

Na opinião de S. Ex.a os únicos partidos que têm direito a governar são os partidos Liberal e Democrático. Mas então ou o Partido Democrático se alia ao Liberal e vão os dois juntos, numa — permita-se-me o termo— mancebia quo não é compreendida pelos seus partidários, fazer Governo — foi esta a tentativa Abel Hipólito — ou vai para o Poder um só, apoiado pelo outro.

Como, porém, oa^çonchavos feitos nos corredores pelos partidários mais graduados não conseguem vencer a barreira que encpntrcim aos seus correligionários, a breve trecho sê verifica que qualquer dessas combinações é inviável.

Besta, pois, uma solução.

Neste ponto, devo confessar, ó lógico o Sr. António Gr anjo.

j Ou. governam os democráticos ou governam os liberais, e, como qualquer deles não tem, isoladamente, apoio parlamentar, venha a dissolução! Cá está o ponto visado.

Mas cá vem mais uma vez a pregunta :

^O que é o partido Liberal?

^Nesta hora em que correm boatos, como os de ontem, de que se preparam assaltos às casas de republicanos, e em que os republicanos têm porventura a cabeça a preço5, que confiança pode ter o Sr. Presidente da República em entregar o Poder aos-liberais?

O Sr. Afonso de Macedo: — O Sr. António Grau]o demitiu um funcionário para no dia seguinte o fazer dirigente do Par-' tido Liberal.

O Sr. António Granjo:

Diversos apartes.

K possível.

O Orador: — Sr. Presidente: V. Ex.a autoriza o Sr. António Granjo a interromper-me ?...

Queiram ou não queiram, os Governos de concentração são fatais.

A dissolução provocaria a revolução e não poderia ser dada a nenhum partido.

Nós, republicanos, não podíamos ver com bons olhos o que o Sr. Presidente da República não podia dar ao Partido Liberal.

*" Consulte-se o País, mas f aça-se unia escolha entre todos.

Este Governo de concentração desagrada ao Sr. António Granjo; a mim basta--me o prestígio do Sr. Bernardino Machado; respeito muito o Sr. Liborato Pinto, conheço bem as qualidades de S. Ex.a, pois estive a seu lado, mas o Sr. Bernardino Machado conhece muito os negócios públicos e as questões internacionais, e há-de dar ao Ministério uma orientação que não -lhe podia dar o Sr.- Liberato "Pinto.

O Sr. Ministro das Finanças foi substituído pelo Sr. António Maria da Silva, que vai transformar o caminho que estava cheio de abrolhos em rosas., como o fez também a Rainha Santa Isabel.

Ficará sendo o Sr. António Maria da Silva a Rainha Santa Isabel do Ministério das Finanças.

O Sr. António Maria da Silva veio sossegar os democráticos.

Todas as pastas se hão-de ressentir da sua orientação.

Estamos em presença de u aã Governo de concentração nova, ao qual o Partido Popular se orgulha miíito de dar um apoio que é incondicional, pois que ó um apoio que não traz moções de desconfiança de algibeira.

Pode o Sr. Presidente do Ministério ter a certeza de que nunca votaremos moções de desconfiança ao seu Governo! (Apoiados).

Sr. Presidente: a declaração ministerial do Sr. Bernardino Machedo agrada--me em parte e desagrada-me também em parte.

S. Exla diz uma cousa que deve ser realmente a súmula de todos os programas do Govôrno:

«O nosso programa resucce-se numa palavra: governaremos ».

j .li; preciso que, de facto, se governe em Portugal, mas não basta cerrar fileiras nessa hora!