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Sessão de 8 de Marco de 1921

do o primeiro posto dentro dos organismos do seu partido, não deveria fazê-lo senão dentro da fórmula definida pelo partido, com a aprovação do Directório e dos outros organismos partidários, e a vontade liberal tinha-se manifestado no último 'Congresso, e pela sua imprensa, por forma a não consentir a organização dum Ministério de concentração sob a responsabilidade do nome dum liberal.,.

O Sr. Tomé de Barros Queiroz, entretanto, foi encarregado de organizar uni Ministério de concentração para viver com este Parlamento, e se eu formulei a opinião da minoria liberal em relação à difi culdade de organizar um Ministério estável com o actual Parlamento, e os factos têm-se encarregado sucessivamente de me dar razão, essa opinião foi inteiramente perfilhada pelo Sr. Tomé de Barros Queiroz.

Por isso esse ilustre homem público não pôde por forma nenhuma encarregar-se do honroso convite que o venerando Chefe do Estado lhe tinha cometido.

Está, pois, definida a atitude do Partido Republicano Liberal.

Desejarei que as minhas apreensões sejam vãs e que às palavras que eu proferi e que provocaram dalguns lados da Câmara «não apoiados» na1 o corresponda nem a realidade presente nem um futuro próximo.

Desejarei que o Sr. Bernardino Machado encontre na Presidência do Ministério niciiores facilidades e uma sorte maior do que teve nos últimos dias do seu elevado cargo de chefe do Estado.

Vão expressos nesta afirmação os desejos profundos de todos os republicanos liberais.

Tenho dito. .

O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo orador, quando [devolver as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

Os apartes do Sr. Plínio Silva não foram revistos por S. Ex.a

O Sr. Xeote do Rego (que fala da tribuna):— Sr. Presidente: às razões que há tempo expus justificativas do meu arrojo de vir a esta tribuna, tenho a acrescentar o meu desejo de ser ouvido por S.

Ex.a o Sr. Presidente do Ministério sem o obrigar a sair do seu lugar, visto que as más condições acústicas desta sala não permitem que S. Ex.a, sentado na sua cadeira, ouça os oradores que estão distantes:. N

Sr. Presidente: serei breve, tanto mais que a minha saúde é hoje um pouco precária.

Começarei por afirmar bem alto, .em meu nome e no dos ilustres Deputados independentes, devidamente autorizado por eles, que não constituímos grupo pqíítico algum.

Todos nós, homens de maior idade e já de cabelos brancos, sabemos muito bem o que queremos e aquilo que não queremos.

Pretendemos somente o prestígio da República e não queremos que ninguém imagine que temos aspirações a pastas nem que tal idea nos delermina á darmos os nossos 21 votos.

Sr. Presidente: desejo cumprir agora o dever muito grato para mim de saudar comovidamente o actual Governo, e em primeiro lugar o Sr. Bernardino Machado. Não me cega essa grande amizade que sempre tive por S. Ex.a e que nunca deixou de ser grande mesmo quando entre mim e S. Ex.a me apareceram um dia as grades da fortaleza do S. Julião da Barra.

ji/ grande essa amizade nias é maior ainda essa solidariedade, que durará eternamente, que a tudo resiste, quando se encontram dois homens aos quais o infortúnio e a injustiça dos outros um dia impeliu para o mesmo destino. E essa solidariedade fica para sempre, quer ela seja entre astros de primeira grandeza e simples poeira cósmica, quer ela seja entre potentados e vagabundos.

O Sr. Bernardino Machado, homem ilustre, pelo seu coração sensível e bom e pelas suas altas virtudes cívicas, merece o respeito de todos os cidadãos, quer sejam ou não republicanos, contanto que não alberguem na alma ninhos de serpente.