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Diário da Câmara dos Deputados
Em 1919 fui chamado pelo Sr. Helder Ribeiro a assumir o comando da 3.ª divisão, sendo-me apresentada uma relação de oficiais para transferências. Continuaram todos na 3.ª divisão, até que, mais tarde, faltando oficiais em outras unidades, foram transferidos.
Eu encontrei roubos em infantaria n.º 18, onde foi feita uma sindicância por Sousa Dias, que deu lugar, a transferências de oficiais, à condenação dum sargento a pena maior, sendo outro condenado a presídio militar com baixa de pôsto e outro a 165 dias de prisão correcional. O tesoureiro tinha perdido 30 contos.
Em artilharia n.º 6, cavalaria n.º 9 e metralhadoras houve vários casos de indisciplina, mas que com toda a justiça foram apreciados, sendo as respectivas sindicâncias feitas por coronéis que são comandantes das unidades.
Há um caso referente a um tenente que se diz ter sido castigado por não ter cumprimentado um capitão. Não é verdade. O homem estava à paisana e não comprimentou o capitão, que estava fardado, mirando-o do alto a baixo, e depois apresentou queixa contra o capitão, faltando a verdade e querendo que o capitão fôsse castigado; isso é que fez com que o tenente fôsse castigado com 5 dias de prisão disciplinar.
Foi para a segunda instância o processo e deu o mesmo resultado; o tenente apelou para o Ministro da Guerra, que não despachou.
É verdade que há oficiais que não podem ir à 3.ª divisão. O alferes Matos Cordeiro é acusado de praticar actos de escroquérie. O tenente Almeida e outros, que são elementos de indisciplina, vão para lá promover desordens e planear revoluções, e eu sei os dias e as noites que passo para assegurar a manutenção da ordem na área da minha divisão. Não podemos estar à mercê de quem pretende promover revoluções.
Apoiados.
Referiu-se também o mesmo Deputado a um outro tenente que foi castigado, e com toda a razão, pois andando de ronda passeava abraçado a um marinheiro e ao cabo da ronda. Foi castigado com 20 dias.
Há um caso picaresco em que entra uma bailarina.
Sr. Presidente: eu tenho um filho que é homem de bem e um militar brioso.
Um dia, meu filho, que estava no quartel de cavalaria n.º 9, pedia-me pelo telefone um automóvel e eu julguei que lhe tivesse sucedido qualquer desastre; fui imediatamente ao campo de corridas onde já êle não estava, vindo a encontrá-lo num terreno junto ao quartel. Estava ali também uma mulher metida numa maca.
O que havia eu de fazer?
Atirar a mulher para a valeta?
Êstes assuntos no Pôrto são discutidos num meio muito restrito, como se fôsse a Praça da Batalha, a Rua de Santa Catarina e a Praça da Liberdade.
Eu soube que havia de receber uma carta de uma emprêsa, queixando-se de que determinado tenente a havia defraudado em 400 e tantos escudos.
Logo que cheguei ao quartel general, mandei chamar o comandante e preguntei-lhe se sabia alguma cousa.
Respondeu-me que não, é então disse-lhe que era conveniente que participasse para o quartel general o facto, antes de receber a comunicação da emprêsa, a fim de êle ficar fora da questão.
Pois, Sr. Presidente, êle nem sabia redigir a participação, e tive eu de a escrever, o que, deu margem a que alguém tirasse uma fotografia do documento, com o fim de me difamar.
Não sei porquê.
Parece-me que expliquei tudo o que se passou.
Com respeito ao homem que proferiu tais palavras, devo dizer que é o denunciante do movimento de 31 de Janeiro...
O Sr. Homem Cristo interrompe o orador com àpartes, estabelecendo-se na Câmara agitação e sussurro que não permitem ouvir as últimas palavras proferidas pelo orador.
O orador não reviu.
O Sr. Presidente: — Peço a atenção da Câmara.
Eu não ouvi as palavras que V. Ex.ª proferiu, porque o barulho que se fazia na sala não permitia que elas chegassem até mim.
Por consequência não me refiro concretamente a esta ou àquela palavra, porque as não ouvi.
Todavia, se V. Ex.ª proferiu qualquer