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Sessão de 7 de Março de 1923
anichado em Lisboa. Êle e outros, que são agora os mandões da República. Depois perseguiram-me, mais ferozmente, os que, tendo mamado como monárquicos na teta da monarquia, passaram a mamar como republicanos na teta da República.
Não é debaixo para cima que eu olho para êstes senhores, mas de cima para baixo, com superioridade, sem se recear em campo nenhum.
Tenho as minhas mãos limpas. Há quarenta e três anos que milito na imprensa e há perto de quarenta que sustento um combate cerrado, sozinho, um contra todos, contra toda a casta de especuladores. Sem que ninguém me possa acusar dum acto de chantage, de sujar no interêsse vil as minhas mãos limpas. Ao contrário, pus sempre acima dos meus interêsses e dos interêsses das facções os altos è superiores interêsses do País. De tal forma que se eu não sou abertamente contra a República, é porque não vejo melhor saída na monarquia. As formas de Govêrno são para mim absolutamente secundárias. Sempre o disse. Os povos são felizes com todas as instituições. Com todas são felizes e com todas são infelizes, porque a felicidade ou infelicidade das nações não depende das formas de Govêrno, mas de circunstâncias várias, e em especial do grau maior ou menor, mais perfeito ou menos perfeito da educação pública.
O País, também sempre o disse, não estava preparado para a República, porque a propaganda republicana antes e depois de 1910 foi uma propaganda dissolvente e jamais uma propaganda educativa.
Desse modo a República tornou-se uma desgraça nacional, de efeitos ruinosos, de efeitos negativos.
Não apoiados.
E se eu não estou daquele lado da Câmara (apontando para a direita) não julguem que é por me sentir glorioso e honrado entre os defensores do regime, mas porque não vejo melhores garantias entre os monárquicos, tam incapazes e corruptos como os republicanos. É uma crise nacional que atravessamos e não uma crise de regimes.
Vou concluir.
Disse o comandante da 3.ª divisão que seu filho me pediria rigorosas contas. Não tenho medo nenhum do seu filho. Fique-o sabendo. Não tenho medo nenhum do seu filho!
Mas contas de que?
Pois chega a tanto a audácia desta gente?
Contas a um Deputado porque tirou conclusões lógicas das próprias palavras do tal filho?
E tendo dito que a culpa, ainda assim, não era do filho, mas do pai, seu comandante, e sôbre quem pesam as responsabilidades do comando?
Isto chegou a uma vergonha extrema!
Pois que venha o filho, mas que o pai se saiba, ao menos, de futuro, defender, e o Ministro da Guerra, cumprida a sua obrigação, proceda contra êle.
Tenho dito.
O Sr. Ministro da Guerra (Fernando Freiria): — Declaro a V. Ex.ª e à Câmara, em resposta às considerações do Sr. Carlos de Vasconcelos, que o Sr. Ministro das Colónias, meu ilustre colega, e apesar de não ter assistido a essa sessão, e não ter conversado com S. Ex.ª, não continuou na Câmara por motivo urgente, e não por menos consideração pelo Sr. Deputado, não tendo podido assim dispensar a S. Ex.ª a atenção devida aos representantes do Poder Legislativo.
Da parte da Câmara, não pode haver nada que a melindre, porque nem na sua intenção poderia existir o mínimo desprimor ou melindre para com S. Ex.ª
Apesar de o meu colega, que muito me honra de ter ao meu lado no Ministério, nada me ter dito, entendo, dever pronunciar estas palavras.
Aproveito a ocasião de estar com a palavra, para mandar para a Mesa uma proposta para a qual peço a urgência.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Carvalho da Silva: — Sr. Presidente: li num jornal que ontem, depois de ter vindo ao Parlamento a comissão de funcionários, V. Ex.ª havia conferenciado com os representantes de todos os lados da Câmara, acêrca da reclamação dos referidos funcionários, para se resolver a atitude a tomar quanto a essa reclamação.
Como V. Ex.ª sabe, e fazendo justiça