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Diário da Câmara dos Deputados
Demonstram-nos êstes números que as despesas de 1919-1920 atingiram menos de três vezes as de 1915-1916, ao passo que as previstas para 1923-1924 se aproximam de dez vezes.
Embora dêste Ministério dependam importantes e dispendiosas obras em que a carestia mais se tem feito sentir, é ainda o funcionalismo que absorve a maior verba, como se verifica pelo seguinte mapa:
[Ver mapa na iamgem]
Vê-se por êste mapa que as despesas com os vencimentos em 1923-1924 se elevam a quinze vezes quási, as de 1915-1916. Sendo esta diferença devida à carestia da vida, que aumentou a despesa extraordinária com as subvenções, especial reparo merece a despesa ordinária de 1919-1920, que duplicou a de 1915-1916.
Porquê?
Porque à pequena melhoria dos vencimentos fixos se adicionou o excessivo aumento de funcionários.
Foi o malfadado ano da invasão burocrática, que tam cara nos tem saído e cujas conseqüências estamos sofrendo.
Só nos serviços da Secretaria Gerai e Direcção Geral de Obras Públicas s£ aumentaram 163 funcionários.
Havendo 1:192 em 1915-1916, o seu número subiu a 1:355, em 1919-1920.
Melhoraram ao menos os serviços? Não, infelizmente.
As provas que a prática à vista de todos tem patenteado são tam evidentes, que não há meio de as sofismar.
Só o efeito contrário somos forcados a reconhecer, efeito aliás lógico e inevitável, visto que em todos os serviços ao excesso de funcionários corresponde sempre a proporcional deminuïção da produtividade de cada um.
E tanto esta verdade se impôs que logo em Outubro do ano imediato o Ministro Sr. Velhinho Correia reorganizou êstes serviços fazendo neles sensível redução de funcionários, cujo número baixou a 1:139.
É elevado ainda?
É possível que num ou noutro serviço essa redução deva ser maior e que a sua organização não tenha correspondido na execução, nem ao objectivo, nem aos intuitos que a determinaram.
Se todos porém, cumprissem com os seus deveres, talvez se não pudesse reputar excessivo êsse número.
Mas emquanto houver funcionários que andam quási sempre ausentes dos seus lugares, dando aos trabalhos a seu cargo a mínima e até nula assistência técnica, tudo se passando como se não existissem, o público tem a lógica e natural impressão de que são em demasia e portanto dispensáveis.
Sem ofensa da verdade, não se poderá negar que nestas condições os haja.
Além do mau exemplo dado aos bons funcionários que pela sua competência e trabalho são dignos dos maiores louvores, nada produzem, a não ser a desmoralização e descrédito dos serviços, nem deixam produzir os outros, que com vantagem os podiam substituir.
Especial destaque merecem também outras verbas, não apenas pelo seu valor, mas principalmente pelo seu significado.