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Sessão de 10 de Maio de 1923
Sr. Presidente: o receio do Sr. Sá Cardoso é inteiramente infundado. S. Ex.ª procedeu com nobre imparcialidade, procurando tanto quanto possível encontrar uma solução honrosa para a maioria e para a minoria, não tendo nós dúvida em testemunhar-lhe toda a nossa consideração e afirmar a V. Ex.ª, para que lhe transmita, que êste lado da Câmara entende que S. Ex.ª não pode nem deve renunciar ao alto lugar que desempenha.
Sr. Presidente: dêste lado da Câmara, repito, entende-se que não pode ser aceita a renuncia do Sr. Sá Cardoso, e proponho que V. Ex.ª o procure a fim de testemunhar-lhe a alta consideração que êste lado da Câmara tem por S. Ex.ª e significar-lhe o nosso desejo que volte imediatamente a ocupar o seu lugar de Presidente.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Carvalho da Silva: — Sr. Presidente: é com profunda mágoa que vemos as intenções do Sr. Sá Cardoso, de abandonar o lugar que tem ocupado com tanta imparcialidade e por forma a merecer do todos os lados da Câmara o maior respeito e consideração.
Não tem, Sr. Presidente, êste lado da Câmara nenhuma responsabilidade nem nenhuma culpa da ausência da minoria nacionalista.
Sou, pois, da opinião do Sr. José Domingues dos Santos, de que se deve insistir com o Sr. Presidente Sá Cardoso para que S. Ex.ª não queira manter a resolução de renunciar ao seu lugar, e volte aos trabalhos parlamentares.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Dinis da Fonseca: — Sr. Presidente: em nome da minoria católica, e na falta do seu leader, que represento nesta hora, eu associo-me às palavras que foram proferidas pelo Srs. Domingues dos Santos e Carvalho da Silva, referentes à carta do Sr. Sá Cardoso.
Realmente, Sr. Presidente, eu tenho o maior prazer em constatar que durante o tempo em que o ilustre Presidente tem exercido as suas funções, o tem feito com aquela imparcialidade e nobreza que o impõem á consideração de todos os lados da Câmara. Não me parece que motivos haja, por consequência, para que S. Ex.ª se julgue obrigado a prescindir dum lagar que tam alta e nobremente tem exercido.
Associo-me, pois, aos desejos formulados pela maioria, para que se insista junto do Sr. Sá Cardoso, a fim de que desista da renuncia ao lugar de Presidente desta Câmara.
E, visto que estou no uso da palavra, direi que lamento profundamente que a proposta do ilustre Deputado Sr. António Fonseca tivesse dado lugar a todos êstes incidentes, que afinal não tem contribuído senão para aumentar ainda mais o desprestígio da instituição parlamentar.
Disse eu, ao manifestar os motivos que impunham à minha consciência não aprovar a proposta do Sr. António Fonseca, que me parecia que dela devia resultar o suicídio da instituição parlamentar e, infelizmente, os resultados tem demonstrado a razão das minhas afirmações.
Se se não fizer um movimento de concórdia, por forma a que nos convençamos de que é preciso pôr de parte pequeninas razões ou opiniões pessoais, estou convencido de que muito mal irá, já não digo para as instituições parlamentares, mas para o País.
Portanto, na situação que ocupo, se alguma palavra posso proferir é a que traduz concórdia.
Renovo os meus votos para que o pedido de renúncia contido na carta do Sr. Sá Cardoso não vá por diante e que p conflito se sane dentro em breve, voltando a ocupar os seus lugares os Deputados que representam o Partido Nacionalista.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Agatão Lança: — Sr. Presidente: em meu nome e no de alguns outros Deputados independentes que de mim se abeiraram neste momento, eu junto, com muito prazer, o meu ao voto expresso pelos representantes das várias correntes partidárias desta casa do Parlamento, para que o ilustre Presidente desta Câmara, coronel Sr. Sá Cardoso, desista do seu intuito.
Eu tenho tanto mais prazer em formular êste desejo, quanto é certo que fui