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Diário da Câmara dos Deputados
Temos três Faculdades de Letras no país, com uma organização análoga, com as mesmas cadeiras.
Ao menos, que se procurasse uma diferenciação, orgânica dessas Faculdades, de maneira a atribuir, a uma maior densidade escolar, uma maior densidade nos cursos de História e Filosofia.
Podiam-se acrescentar, porventura, mais cursos a essas Faculdades: uma secção de sciências, artes, etc.
Dá-se o mesmo caso com as Faculdades de Sciências. Depois de terem especializado alunos que se dirigem às escolas militares, são freqüentadas apenas por dois ou três alunos, e da mesma maneira a matemática.
Deve fazer-se a diferenciação: dar-se maior densidade ao ensino da física e da química.
Para o ensino, superior de farmácia bastaria uma escola que fôsse bem organizada, de maneira a poder realizar cabal mente a sua missão.
Não podemos dizer que, há a falta de competência dos alunos, que eu conheço professores hoje da Faculdade de Farmácia, criaturas que se afirmaram com competência profissional o que conseguiram, o doutoramento, e que podiam hoje realizar a função que lhes competia,
Mas não, Sr. Presidente, fomos logo para a criação de três Faculdades, quando eu demonstrei — e não era preciso demonstrá-lo — que eram desnecessárias.
A farmácia serve-se das sciências fundamentais que constituem o quadro das Faculdades de Sciências. O farmacêutico estuda a química, a física, a botânica e um pouco de zoologia, e desde que existe uma inter-dependência de todas as Faculdades no exercício do magistério, como é que se foi criar uma química farmacêutica, uma Botânica farmacêutica, uma física farmacêutica, quando eu não sei distinguir dentro da química senão a própria química?
O que há de diferença, Sr. Presidente, entre os conhecimentos de química orgânica ou mineral que adquiriu um farmacêutico e um bacharel de sciências físico-químicas?
Eu não vejo, Sr. Presidente, essa diferença se não no seu aspecto técnico, e então bastaria que se retinissem três ou quatro cadeiras para constituir uma Escola Superior de Farmácia, anexa à sua mãe scientífica, a Faculdade de Sciências, ou, como dantes, adjunta às Faculdades de Medicina.
Mas, assim como está, temos êsse ramo de ensino pedagógico sem conseguir dele nada de útil e razoável.
Sr. Presidente: tinha aqui um projecto de lei que era para ser discutido juntamente com o orçamento do Ministério da Instrução, mas não o apresento. Tendia a transformar a Escol a de Bibliotecologia, que existe anexa à Torre do Tombo, numa semelhante à Escola Dês Chartes, do França, e isto para que nela só fossem admitidos os diplomados pelas Faculdades de Letras, porque assim garantíamos a essas Faculdades um pouco mais de utilidade e mais freqüência, e com êsse diploma, êles podiam, depois de um estágio, concorrer aes lugares que lhes competia nas bibliotecas e arquivos e haveria, portanto, pessoas com mais proficiência para desempenhar êsses lugares — isto sem querer negar competência àqueles que hoje estão à frente de tais serviços.
Mas, como aqui há só a pressa de aprovar, ficam tolhidas todas as iniciativas neste campo, e eu rendo-me à evidência, à brutal realidade, lastimando apenas que não haja a regular esta assemblea aquele espírito solene e alevantado que a nós, mais do que a ninguém, cabe vencer neste momento o vincar lá fora, no público, em toda a parte onde se faz critica ao nosso método e ao nosso processo de trabalho. Essa crítica só é legítima, porque tenho eu, que sou incompetente e inábil para a discussão dêste assunto (Não apoiados), de a combater, quando outros da esquerda da Câmara melhor o poderiam fazer, e quando outros nada dizem, e p que querem ô ver votado o Orçamento seja de que maneira fôr.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Ministro da Instrução Pública (João Camoesas): — Sr. Presidente: na Faculdade de Medicina de Lisboa funciona o Instituto do Anatomia e sustenta-se uma publicação que ou as mais notáveis e das mais acreditadas no estrangeiro, que contém larguíssimas referências de todos os estabelecimentos scientíficos modernos e que, emfim, honra o país. Mas