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4 Diário da Câmara dos Deputados

a Mesa, por isso desejo que V. Exa. me informe do qual é a hora a que deve abrir a sessão.

Vejo pelo Regimento que a abertura, da sessão deve ser às 14 horas; porém são 16, e só agora é que se acabou de ler o expediente, o que é extraordinário, pois não me consta que o expediente leve duas horas a ler-se.

Era esta a pregunta que desejava fazer ao Sr. Presidente, esperando que S. Exa. me responda.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente — A primeira chamada devo fazer-se às 14 horas, e a segunda às 15, conforme preceitua o Regimento; hoje, porém, a segunda chamada fez-se às 15 horas e 15 minutos.

S. Exa. não reviu.

O Sr. Hermano de Medeiros: — Sr. Presidente: pedi a palavra para quando estivesse presente o Sr. Ministro do Trabalho, por isso que desejo fazer-lhe umas preguntas.

Desejava que S. Exa. me dissesse em que estado se encontra a sindicância mandada fazer aos funcionários dos hospitais, relativa a um acto de indisciplina decorrido no tempo do director Lobo Alves.

Essa sindicância foi ordenada deve haver uns cinco anos; porém, até hoje não vi que tenham sido aplicadas quaisquer sanções.

A sindicância a que me quero referir é a que diz respeito ao ecónomo dos hospitais, que eu creio que se encontra ainda sem solução.

Quando ordenei essa sindicância julguei que ela duraria apenas uns quinze dias, e que por isso não valeria a pena cortar os ordenados; porém, já são passados três anos e êsse funcionário ainda não foi sindicado, estando a receber todos os vencimentos.

Desejaria, portanto, que o Sr. Ministro do Trabalho me dissesse qual a razão por que, quanto à primeira sindicância, não foram ainda aplicadas as devidas sancções, e bem assim qual o motivo por que ainda não foi feita a segunda sindicância, quando é facto que êsse funcionário está recebendo todos os seus vencimentos por inteiro, inclusive a ajuda do nisto de vida, encontrando:se um outro

funcionário a desempenhar o seu lugar, pelo que está recebendo os mesmos vencimentos.

Espero, pois, que o Sr. Ministro do Trabalho tome as providências que são necessárias.

Quero ainda referir-me a um outro assunto que reputo da máxima importância, sôbre o qual já tenho feito um estudo e que diz respeito ao Hospital de Santa Marta.

Eu peço a V. Exa. o obséquio de chamar a atenção da Câmara, pois se é facto que a minha palavra é desprimorosa, ela é no emtanto sincera, julgando-me por isso com o direito de me ouvirem, como eu aliás costumo ouvir os outros.

Eu já tive - ocasião de dizer à Câmara o estado em que se encontra p Hospital de Santa Marta, pois a maioria dos parlamentares, principalmente daqueles que não são novos, devem-se - lembrar da questão que eu aqui levantei.

Pois bem, para a Câmara ver como os serviços ali correm, basta dizer-lhes que nele se consomem por dia 50 quilogramas de couves.

Já não são as laranjas, a manteiga, etc., que trazem, são 50 quilogramas de couves só para uma dúzia de cabeças! E quem paga isso? São os hospitais, que têm uma despesa soberba com os seus doentes, gastando quantias superiores a sete mil e quinhentos por cada doente, e tratando-os mal. Eu pregunto ao Sr. Ministro do Trabalho se para doze cabeças são precisos 50 quilogramas de couves por dia!

Eu pregunto, mesmo, a S. Exa. se não valerá mais para o Hospital de Santa Marta que as escolas pedagogicamente anexadas à Faculdade de Medicina sejam desmembradas, para se saber o que se consome com a instrução, relativamente ao ensino ministrado aos alunos da Faculdade.

O Sr. Ministro do Trabalho, que foi um óptimo auxiliar na minha árdua e infeliz tarefa, decerto que olhará com atenção para as circunstâncias em que se encontra o Hospital de Santa Marta, reservando-me eu para tratar dos assuntos hospitalares quando se realizar a interpelação que nesse sentido já anunciei.

Há ainda outro ponto a que me desejo referir.