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6 Diário da Câmara dos Deputados

O Orador: — Foi depois nomeado o Sr. Dr. Bacelar, que ainda não iniciou os trabalhos; nem sei, fio momento, se o Sr. Dr. Bacelar os quere iniciar.

Há três dias que mandei pedir a nota das sindicâncias que se estavam fazendo no meu Ministério.

Entendo que essas sindicâncias devem terminar, não só por ser uma questão de moralidade, mas também porque essas sindicâncias ocasionam grandes despesas quando demoradas.

Apoiados.

Pode o ilustre Deputado ter a certeza de que vou dar urgentes providências para que terminem as sindicâncias, especialmente do ecónomo dos hospitais. Se o Sr. Dr. Bacelar não quiser encarregar-se da missão, nomearei outro sindicante.

Apoiados.

O Sr. Deputado chamou também a minha atenção para a administração do hospital do Santa Marta.

Concordo com as palavras de S. Exa. Essa administração só pode continuar independente, porque assim é uma fonte de conflitos entre os hospitais civis e o hospital escolar. Em 1920 êsses conflitos já existiam.

Todavia, dentro em pouco tempo deve estar sanada essa situação, com a independência das suas direcções hospitalares, só o Parlamento mo auxiliar neste meu empenho.

Apoiados.

A propósito da lei, a que se referiu o Sr. Hermano de Medeiros, está sendo estudada pela comissão respectiva.

O Sr. Damas é o seu relator e já pedi a S. Exa. para conferenciarmos a êsse respeito.

Se o Sr. Dr. Hermano de Medeiros quiser colaborar comigo, terei muito prazer nessa colaboração, que é apreciável sob todos os aspectos.

Com respeito à supressão de lugares, devo dizer que êsse acto obedece a uma medida geral. Todas as vagas que foram indicadas pela direcção do estabelecimento foram suprimidas. Essas vagas não tinham sido preenchidas até agora e não houve perturbações de serviços, portanto foram considerados desnecessários. Contudo, devo confessar que nessa medida geral tem de haver excepções, como nos serviços técnicos, de enfermagem, conta-

bilidade, etc., que são imprescindíveis e não podem sofrer largas mutilações.

Tenho dito.

Apoiados.

Vozes: — Muito bem.

O Sr. Hermano da Medeiros: — Agradeço ao Sr. Ministro do Trabalho a resposta que me deu.

Efectivamente impõe-se a desanexação do Instituto do Hospital de Santa Marta e de todas as enxertias feitas nesse hospital.

É preciso que os professores que estão dando aulas por vários pontos vão todos para Santa Marta ou para o Hospital de Rilhafoles.

O orador não reviu.

O Sr. Marques Loureiro: — Embora não seja Deputado por Viseu, é esta a cidade onde resido habitualmente. As terras da Beira, onde nasci, me prendem laços apertados de afecto e de interêsses profissionais, de que posso orgulhar-me em toda a parte.

Isso servirá de desculpa para a minha atitude na defesa dos respectivos interêsses.

Ora no presente momento todos os elementos — não quero chamar-lhes fôrças vivas, porque a expressão está muito desacreditada, — ora todos os elementos que marcam naquele meio e que não são para desprezar, antes muito para considerar, se manifestam alarmados por notícias vindas a lume nos jornais, com carácter manifestamente oficioso. De facto os jornais vêm dizendo que há o propósito, por parte do Govêrno, de transferir a 2.ª divisão militar, que há mais de 170 anos tem em Viseu a sua sede, para qualquer outra localidade que ao caso não importa citar, pois não quero nem devo ferir as susceptibilidades de seus habitantes. E a tal respeito afirma-se ainda que não é o superior interêsse da defesa nacional, que preocupa e orienta o Govêrno no seu anunciado plano, que me abstenho por agora de apreciar.

Se há interêsses e motivos que aconselham essa mudança, seguramente o Sr. Ministro da Guerra os apontará ao Parlamento, se se dignar responder às minhas observações.