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10 Diário da Câmara dos Deputados

bre o caso, para se ver quem fala verdade. Por mim estou pronto a ir como testemunha a essa sindicância.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. António Maria da Silva: — Sr. Presidente: há pouco declarei que nunca discuti nem jamais discutirei o Supremo Magistrado da Nação.

Devo dizer também que não me referi à Presidência desta Câmara e que tam pouco ouvi o Sr. Cunha Leal quando falou.

Não devemos, na minha opinião, discutir pessoa que ocupa tam alta função, e mesmo o Regimento não o permite senão nos termos da Constituição.

O Sr. Cunha Leal (interrompendo): — V. Exa. diz-me quais são êsses termos?

Ápartes.

O Orador: — V. Exa. pode ler a Constituição e dispensar-me de o fazer.

Apoiados.

O Sr. Cunha Leal procedeu como entendeu, mas eu divirjo dessa forma de proceder.

Temos neste país diminuído todas as funções, mas nós, republicanos, não devemos concorrer para tal desprestígio.

Apoiados.

Eu tomo a responsabilidade dos actos que pratico, e só quero essas.

Não fiz referências à Presidência desta Câmara, mas mantenho o que disse com respeito a não ter havido qualquer sugestão para que fôsse oferecido qualquer chá aos oficiais da guarnição de Lisboa.

Apartes.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Cunha leal: — Sr. Presidente: quero dar uma explicação peremptória. Entendo que o Sr. Ministro da Guerra deve mandar proceder a uma sindicância como disse.

Apartes.

Sussurro.

Uma outra afirmação quero fazer, e é que eu discuto a personalidade do Sr. Presidente da República nos precisos termos da Constituição, e quanto ao resto

sinto-me muito orgulhoso de o fazer nos termos em que o fiz.

Nada me importa sôbre o que S. Exa. possa julgar, porque não preciso de favores de S. Exa.

Tenho dito.

Vozes: — Muito bem, muito bem.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro das Finanças (Álvaro de Castro): — Sr. Presidente: cumpro um dever, que é muito grato ao meu coração do republicano, de agradecer aos ilustres leaders dos partidos as palavras que me dirigiram e aos Srs. Lino Neto e Fausto de Figueiredo as expressões amáveis que tiveram, até de entusiasmo pela acção do Govêrno e pelas intenções que o dominam.

Ao Sr. Lino Neto agradeço muito calorosamente a maneira sentida como apreciou a acção do Govêrno e os seus propósitos.

Agradeço o entusiasmo com que defendeu os termos da constituição do Govêrno a que tenho a honra de presidir.

A oposição, pela boca do Sr. Cunha Leal, dirigiu cumprimentos, a mim pessoalmente e aos que me acompanham no Govêrno, cumprimentos que agradeço, tanto mais por virem de um dos partidos da República que têm sabido provar quando tem sido necessário a sua dedicação ao regime.

Deixei para o fim o Sr. Jorge Nunes, que dirigiu um ataque à obra governativa até agora realizada, e o seu ataque tem pontos de vista que são a prova de que o Govêrno fez uma obra útil e necessária.

Os problemas que foram propostos ao Govêrno para que defina a sua orientação, pelo Sr. Almeida Ribeiro, são de todo o pouco justos.

S. Exa. referiu-se às contas públicas e à necessidade da sua publicação e de certos documentos que até agora eram publicados semanalmente e mensalmente e que deixaram de ser publicados, o que é inconveniente, porque sem elos não se pode apreciar a aplicação dos dinheiros públicos e execução do Orçamento.

Prometo ao Sr. Almeida Ribeiro e à Câmara que êsses documentos serão publicados tam depressa quanto possível,