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4 Diário da Câmara dos Deputados

Interior lhe deve ter transmitido, sôbre a repressão do jôgo.

Em Lisboa foi agora assaltada uma casa pelo comissário da polícia e êsse acto só mereço elogios, mas já não posso vir aqui elogiar o procedimento desta autoridade que arbitrariamente deixou 148 pessoas presas, por tempo que a lei lhe não permitia, demais a mais tratando-se de indivíduos que não são cadastrados, e na maioria crianças que para ali tinham ido enganados pelos reclames do dono da casa.

Êsses rapazes estavam vendo jogar e jogando o box o foram presos, quâsi todos em mangas de camisa, traje pouco próprio, certamente para estarem nas salas do jôgo.

Eu tive a infelicidade do ali ser preso um filho que estava auxiliando um boxeur e é indignado, que, como pai, protesto contra o procedimento da autoridade que conserva presas crianças, junto com indivíduos, cornos quais não poderão aprender bons preceitos de moral. Dos 148 presos só 24 ou 26 é que estavam na sala do jôgo; o resto eram, na sua maioria, mulheres o crianças que estavam vendo e fazendo box.

V. Exa., Sr. Ministro do Interior, devia ter a coragem do Sr. Domingos Pereira que mandou fechar as casas de jôgo, mas V. Exa. já aqui disse que as não mandava fechar, por ter medo da revolução, que os batoteiros fariam se lhe fechassem as casas de jôgo.

O Sr. Ministro dó Interior (Sá Cardoso): — Isso já foi há muito tempo.

O Orador: — Eu tenho por V. Exa. a máxima consideração. Se falo neste tem, tam violenta, exaltada e apaixonadamente, é porque tenho um filho preso há mais de 48 horas, contra todas as leis, porque entrou numa casa, onde ignorava que se jogava e onde se encontrava auxiliando um dos boxeurs, quando essa casa foi assaltada, por um Sr. comissário, que foi para a tourada e não cuidou da destrinça dos presos, e fez como Primo de Rivera, não respeitando a lei.

Peço a V. Exa. que não veja nas minhas palavras menos respeito e consideração. Eu sei que V. Exa. é bom, é um valente militar, um bom pai, e um dedicado patriota.

Apoiados.

Por isso apelo para V. Exa., como pai que também sou, a fim de que se cumpra a lei e seja chamado à responsabilidade-o comissário da polícia, que, depois das prisões que determinou, foi dormir para sua casa, indo muito tranqüilamente divertir-se para a tourada, sem ter mandado entregar à polícia de investigação todos os presos, dentro das doze horas que se seguiram à prisão; se não lhe fôsse possível efectuar a destrinça entro os jogadores de banca francesa e os de box, sabendo, por ter verificado, como me disse, que jogando jogos de azar apenas estavam cêrca de vinte pessoas.

O Sr. Ministro da Guerra (Américo Olavo): — Quanto ao tipo único, transmitirei ao Ministro da Agricultura as considerações do Sr. Tavares do Carvalho. Quanto ao caso dos correios e telégrafos, os jornais têm informado tudo quanto tem havido. Apenas posso, para bem se ficar sabendo quais eram os propósitos, do pessoal maior, ler os seguintes telegramas que foram interceptados pelo tenente de infantaria n.° 33, Sr. Luís Vila Verde, na estação de Loulé:

«Aos nossos delegados: — Esta comissão determina: ao recomeçar a passiva, que toda a correspondência ordinária endereçada a Lisboa, Pôrto e Coimbra seja retida nas estações durante três dias, pelo menos, e depois dêsse período de tempo deverá ser enviada para a ambulância, juntamente com outra correspondência, ficando assim assente que nenhuma mala se fechará com correspondência a distribuir em Lisboa. Outrossim se recomenda que a correspondência encaminhada erradamente não levará marca do dia senão a que fôr afixada na estação de origem. Queiram fazer sciente a todas as estações que devem cumprir rigorosamente esta determinação».

«Nós estamos à espera de virem os militares tomar posse disto, por isso quando virem isto em terra já sabem o que é. Veio uma circular da comissão de resistência dizendo que o pessoal maior foi pôsto fora central e estações pelo pessoal