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Sessão de 26 de Maio de 1924 5

menor e guarda republicana. O pessoal menor desta estação solidário connosco. Aí já sabem o que têm a fazer, quando forem tomar posse se lhes preguntarem se querem trabalhar digam que sim e que para isso estão no seu pôsto, se os mandarem sair saiam então, «mas sempre fixes» está tudo muito bem encaminhado. Daqui a pouco esperamos militares, devem preguntar-nos se estamos resolvidos a trabalhar e nós responderemos que sim e que para isso cá estamos no nosso pôsto, se nos mandarem sair sairemos e isto ficará muito bem preparado. Não se esqueçam guardar muito bem todas as instruções que lhe têm dado e rasgar isto para não haver provas».

«Estão todos nosso lado, em Évora também, e não sei se Beja. Bem mas já sabem que dizem sempre que estão dispostos a trabalhar e que não abandonam o serviço. Nós só recebemos ordens dos nossos superiores, digam até o fim que não estão em greve e êles quando muito podem estar na casa do público. Se os «obrigarem a sair exijam uma declaração do comandante e como os põem fora da «estação. Se êle exigir alguma declaração declarem que tem estado ao serviço e querem continuar, mas visto as ordens, obrigados pela Guarda assim terão que abandonar estação. Podem trabalhar e tomem todos compromissos e juramentos declarando que não são grevistas. «Trabalham, mas fazem sempre o que querem». Agora, se os mandarem sair saem. Se não mandarem sair, temos que o fazer e então Isto ficará tudo em terra e não terão comunicações e aí procedem sempre como se não fossem grevistas, isto é, se forem alguns militares tomar posse».

O Orador (prosseguindo): — O processo do pessoal maior era, pois, fazer que trabalhava, mas nada fazer. Estava organizado um movimento para prejudicar o país num dos seus ramos de actividade mais importantes: nas comunicações. O Govêrno não podia permitir semelhante situação.

Apoiados.

A distribuição da correspondência está já perfeitamente normalizada, sendo até hoje muito mais perfeito e muito mais rápida do que dantes. O serviço das enco-

mendas está também quási normalizado o mesmo sucedendo com o de registos que está quási em dia. O Govêrno, com a sua atitude apenas teve em mim os interêsses do país. E o que é certo é que há males que vêm por bem. Esta greve habilitou o Govêrno a poder dominar qualquer movimento dos correios e telégrafos. Todo o pessoal está já organizado de modo a poder ser deslocado ràpidamente, conforme as exigências do serviço. Terminando, declaro que não posso deixar de render as minhas homenagens ao pessoal menor, que, durante o conflito, se manteve absolutamente conforme às exigências do serviço, comparecendo sempre ao trabalho.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro do Interior (Sá Cardoso): — Entrei na sala no momento em que o Sr. Tavares de Carvalho fazia considerações sôbre o jôgo e chamava a minha atenção para um caso passado em Évora.

Já tive ocasião de dizer que mandei expedir circulares para todos os governadores civis, a fim do jôgo ser reprimido.

Imagino que, se as minhas ordens não são inteiramente cumpridas, é porque os governadores civis lutam nos seus distritos com as mesmas dificuldades com que-eu luto aqui, e só a isso se podem atribuir algumas faltas que se dão. O que é certo é que alguma cousa se tem feito no sentido da supressão do jôgo. Ao contrário de muita gente dizer que só permite o jôgo, a verdade é que as autoridades têm feito essa repressão, mas lutam com as dificuldades próprias.

Em Lisboa mandaram-se fechar vários clubes onde se jogava.

Ora, o que eu não quero, é seguir êsse procedimento, de fechar clubes sem fundamento legal, porque o acho deprimente e desprestigiante. Encerrar as casas de jôgo hoje para as mandar abrir amanhã, isso não. Não estou disposto a desempenhar papéis que a minha consciência inteiramente repudia.

Sr. Presidente: o Sr. Tavares de Carvalho, criticando a acção da polícia, queixou-se da morosidade dos processos e reclamou a imediata libertação daqueles que se encontram presos injustamente.

S. Exa., porém, esquece-se do que as autoridades estão em frente de 148 pró-