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4 Diário da Câmara dos Deputados

Ministro das Finanças quando tratei da valorização do escudo, tendo solicitado que S. Exa. não viesse esclarecer só continuava a política cambiar iniciada polo antecessor do S. Exa. o Sr. Daniel Rodrigues.

As palavras que pronunciei voa novamente repeti-las:

Estou informado, por pessoas competentes, de que a libra pode baixar até 90$ sem grandes dificuldades para o Govêrno e com grandes benefícios para o País.

S. Exa. sabe que tenho, dia a dia, trabalhado para se modificar o estado da carestia da vida, e, sem se valorizar o escudo, não pode ser atingido o fim a que me dedico.

Não sei a razão por que S. Exa. não continuou a, política da valorização do escudo. Salvo qualquer razão de Estado ou superiores interêsses para o Tesouro, tudo indicava que se devia continuar a valorizar a nossa moeda,

Não o compreende assim S. Exa.? Solicito-lhe então que me diga, e à Câmara, porque não continua a fazer a política económica o de câmbios do anterior Ministro das Finanças.

Eu sou consumidor; não pertenço a Bancos nem a Empresas e por isso desejava que se seguisse a mesma política do Sr. Daniel Rodrigues, isto é, que se valorizasse mais o escudo, para conseguir o barateamento do custo da vida, missão que me impus e que espero ver coroada de êxito.

É preciso acabar com a ganância dos especuladores da nossa moeda, devendo o Govêrno, pela pasta das Finanças, empregar todos os esfôrços neste sentido.

Consta-me que se estão fazendo negócios, para se jogar na desvalorização do escudo, esperançados os especuladores na alta do câmbio, porque o Govêrno lhes tem feito, creio que ingenuamente, a política que mais lhes convém. Se o câmbio pode baixar, não deve o Govêrno ter hesitações, nem receio de prejudicar aqueles que estão sempre preparados para se aproveitarem de todos os ensejos que lhes possam trazer lucros, embora o povo seja sacrificado mais uma voz.

O Sr. Ministro das Finanças (Pestana Júnior): — Sr. Presidente: apenas duas palavras.

Entendo, o assim entende o Govêrno, que não se deve continuar adoptando uma política cambial que tem grandes inconvenientes, A divisa não deve ser uma cousa fitícia, uma cousa forcada. Encontrei, quando vim para o Ministério, a libra a 102$5Q e, sem fazer política cambial, a libra desceu para 100$.

Não convém baixar 1$ mais, pois isso iria afectar a situação ato dos operários de certas indústrias que se acham periclitantes.

Na última sessão, disso o Sr. Álvaro de Castro que a crise é de consumidores, pois todos nós compramos o menos possível, e assim as indústrias também não prosperam.

Fazer ir mais para baixo a libra será. perigoso. É preciso que o cambio se estabilize, o que evita os grandes lucros para os especuladores, que apenas desejam as grandes oscilações.

Repito que, por enquanto, não é vantajoso que a libra baixe mais, desde que os salários estão equilibrados, correspondendo ao maior preço da libra.

Emquanto os stocks armazenados não se esgotarem, não deve a libra, baixar, porque os artigos foram comprados com a libra a 150$00, ou mais. Até que os mercados vendam êsses produtos não convém que o preço da libra baixe.

De resto, nesta situação, os sacrificados silo só os consumidores porquanto os funcionários estão melhor remunerados que antes da descida da libra.

O Sr. Tavares de Carvalho (interrompendo): — É preciso também tomar providências para que baixem as tarifas dos caminhos de ferro.

O Orador: — Informo V. Exa. do que êsse assunto já foi tratado em conselho de Ministros, O Sr. Ministro do Comércio, neste momento, está estudando as tarifas, para ver o que é possível reduzir-se sem sacrifício para o Estado.

O orador não reviu.

O Sr. Tavares de Carvalho: — E com respeito às tarifas dos correios e telégrafos?

O Orador: — A descida da libra foi de tal maneira rápida que não é ainda pos-