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4 Diário da Câmara dos Deputados

primentar o Govêrno, permita-me V. Exa. que eu me refira à impressão que causou na Câmara o abandono dos trabalhos parlamentares pelo Partido Nacionalista.

Não é agora ocasião, até mesmo pela ausência, dos membros dêsse partido, de fazer qualquer referência às palavras proferidas pelo seu leader, o Sr. Cunha Leal, mas desejaria demonstrar o êrro que S. Exa. cometeu em muitas das apreciações que fez. '

Apoiados.

O Govêrno constituiu-se dentro das formas constitucionais.

Apoiados. ,

O Sr. Presidente da República está acima das nossas críticas (Apoiados), e não precisa da nossa defesa, pois tem o aplauso de todo o País.

O Sr. Presidente da República procedeu constitucionalmente.

Dentro da amplitude dos seus direitos nomeou quem entendeu para presidente do Ministério, o qual terá ou não viabilidade, conforme a atitude da Câmara.

Podia muito bem, certamente, o Sr. Presidente da República orientar-se no sentido de chamar às cadeiras do Poder o Partido Nacionalista ou qualquer outro com representação menor nesta Câmara, mas estava sujeito a que o Parlamento se manifestasse contra a constituição dum tal Ministério.

Não era ocasião para chamar às cadeiras do Poder senão um Govêrno que representasse um conjunto de ideas e princípios similhante àquele que orientou os Governos últimos. O contrário, se se fizesse, seria absurdo.

É por isso que êste Govêrno, cuja organização foi perfeitamente constitucional, merece ,absolutamente o apoio do Grupo da Acção Republicana, e è por isso que êste lado da Câmara aprova a moção enviada para a Mesa, em nome do Grupo Parlamentar Democrático, pelo Sr. Almeida Ribeiro.

Sr. Presidente: eu vejo com desprazer que uma parte importante da representação desta Câmara se tenha afastado dos seus trabalhos, porque não eequeço que o Partido Nacionalista tem elementos de valor, cuja presença aqui e cujo conselho seriam úteis à confecção das leis que, discutimos e votamos. Pena é que não possamos por nós mesmos realizar qualquer acto que os reconduza aos trabalhos desta Câmara.

Mas acho também que o seu afastamento não pode de forma alguma determinar-nos a não dar o nosso apoio ao Govêrno, porque seria absurdo que um dos Poderes do Estado deixasse de exercer conscientemente a sua acção apenas porque uma das suas parcelas entendeu não comparticipar nela.

Sr. Presidente: vi, com prazer, o Sr. Vitorino Guimarães, velho republicano, assumir o encargo de constituir Ministério.

Tive ocasião, em meu nome e no dos amigos que nesta Câmara me acompanham, de apresentar a S. Exa. as minhas saudações e de lhe oferecer todo o auxílio para a constituição do seu Govêrno.

Tive ocasião de particularmente, e publicamente, ontem aqui dizer algumas palavras para explicar as circunstâncias que ocorreram e que determinaram que eu não pudesse ter falado antes de S. Exa., como era da praxe. Foram factos para os quais a minha vontade não concorreu, e que, portanto, não podem ser levados à conta de qualquer manifestação contrária ao Sr. Presidente do Ministério ou ao Govêrno que S. Exa. chefia, porquanto até esta hora os meus amigos não deram provas senão de quererem tornar tam fácil quanto posível a vida do Govêrno.

Ao Sr. Vitorino Guimarães e a todos os Ministros, entre os quais conto amigos e até correligionários, eu dirijo as minhas saudações e os desejos sinceros de que possam realizar as obras a que se propuseram.

São todos velhos republicanos, alguns figuras conhecidas já do Parlamento, com largos serviços como, Ministros em várias pastas. Creio que só dois não ocuparam ainda nenhuma pasta, mas são, no emtanto, bastante conhecidos pela Câmara, pelo seu trabalho parlamentar, para podermos esperar dêles uma acção condigna com o passado.

Sr. presidente: propôe-se o Govêrno actual, e expressamente foi dito pelo Sr. presidente do Ministério, continuar, em matéria económica e financeira, a obra que os Ministérios transactos quiseram realizar, e que êste Govêrno supõe poder levar a cabo durante o tempo que ocupar as cadeiras do Poder.