O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 2 de Abril de 1925 5

razão do 1$07 cada quilograma, o que, evidentemente, viria beneficiar as condições de vida dos povos do norte.

A diferença entre o alqueire do milho ao preço actual e aquele que deveria ser. em face das declarações do Sr. Ministro da Agricultura, muito contribuiria para beneficiar as classes operárias, pois que o preço variaria entro 15$ e 17$.

Sr. Presidente: as condições em que o Sr. Ministro da Agricultura se propõe fazer a distribuição do milho pelo País é benéfica, e não posso deixar passar despercebido este incidente da vida económica portuguesa.

Se algum dos Srs. Ministros presentes mo pudesse dar quaisquer explicações ou transmitir ao Sr. Ministro da Agricultura as considerações que acabo de fazer, muito agradecido ficaria a S. Exa.

Um outro ponto de vista que eu desejaria tratar é o que diz respeito ao problema das estradas.

Mas, como êsse assunto foi já orientado para ser discutido nesta Câmara em sessões especiais, ou desisto de produzir quaisquer considerações neste momento sôbre o assunto.

Apenas quero lembrar ao Sr. Ministro do Comércio, qne vejo presente, a necessidade do se trabalhar para que o problema seja resolvido o mais ràpidamente possível, a fim do que acabo o estado lastimoso em que se encontram quási todas as vias de comunicação.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro do Interior (Vitorino Godinho): - Sr. Presidente: tomei nota das considerações feitas pelo Sr. Alberto Cruz, e transmiti-las hei ao Sr. Ministro da Agricultara, que não deixará de vir ao Parlamento dar as necessárias explicações.

Tenho dito.

O Sr. Joaquim de Oliveira: - Sr. Presidente : pedi a palavra para tratar do um assunto que interessa fundamentalmente a educação nacional e a moralidade das instituições republicanas.

Como o assunto corre pelas pastas da Instrução e do Interior, folgo em ver presentes os respectivos titulares, porque desejo que S. Exas. ouçam as minhas considerações, a fim de tomarem as providências que o assunto requero.

Em primeiro lugar vou referir-mo a um assunto que corro pelo Ministério do Interior.

Êsse assunto diz respeito à autoridade superior do distrito do Braga, a qual está exercendo as mais inqualificáveis violências contra os seus adversários políticos, o designadamente contra aqueles que pertencem à Acção Republicana, a cujo agrupamento político mo honro de pertencer.

Eu não desejava tratar dêste assunto nesta Câmara, por motivos do natureza particular que não vêm para o caso, mas na verdade, desdo que as minhas reclamações feitas perante vários Ministros do Interior não têm calado no espírito do S. Exas., vejo-me forçado a tratar do assunto.

Confio absolutamente em que o Sr. Ministro do Interior vai tomar imediatas providencias, evidentemente não para estabelecer a separação profunda entro republicanos, mas, antes, pelo contrário, para que todos êles se unam em defesa da República e do País.

O governador civil do distrito do Braga é ao mesmo tempo presidente do senado municipal do concelho do Vila Verde, do onde é natural.

Farei um bocado de história para que a exposição possa sor bem compreendida.

A comissão executiva dá Câmara Municipal do Vila Verde é constituída por três membros do Partido Republicano Português o dois da Acção Republicana.

Em certo momento, um dos meus correligionários verificou que não podia mais continuar fazendo parto da comissão executiva, porque se estavam praticando irregularidades de tal ordem, que bem se podiam classificar de crimes, punidos pelo Código Penal.

De maneira que o presidente do senado municipal declarou que nele depunha o seu mandato, aduzindo as razões por que o fazia.

Entre essas razões sobrelevavam duas:

Primeiro que as deliberações da comissão executiva não eram executadas pelo seu presidente, que só se dignava executa-las quando delas podiam resultar para êle qualquer proveito pessoal ou político.