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6 Diário da Camara dos Deputados

Segundo - e essa é uma das principais razões - êle declarou que a cobrança do imposto municipal tinha sido dada do mão beijada, sem ter precedido arrematarão, a dois amigos particulares.

Ainda outras razões que alegou ao presidente da "omissão executiva, como a de que se estava naquela altura do ano - Abril ou Maio de 1924 - e ainda não tinha dado entrada na tesouraria municipal um centavo da importância dêsse imposto municipal, que orçava agora por 18.000$.

Era natural que o presidente do senado municipal convocasse imediatamente para uma reunião extraordinária o senado, a fim de chamar à responsabilidade os membros da comissão executiva e substituí-los, só se provasse que os factos, por que eram incriminados os dois membros da comissão executiva, eram exactos.

Não aconteceu isso.

O presidente do senado municipal proferiu cobrir o presidente da comissão executiva, pois se dizia que era êle que manobrava tudo isso e, assim, nunca convocou a reunião extraordinária do senado municipal.

Entretanto foi nomeado governador civil do distrito de Braga, o presidente do senado municipal e então constituíu-se dentro da câmara municipal um bloco composto de correligionários meus e correligionários do Partido Republicano Português, pessoas do toda a honorabilidade pessoal e política.

O vice-presidente do senado municipal convocou uma reunião extraordinária, a fim do tomar conhecimento das irregularidades praticadas pela comissão executiva.

Quere V. Exa, saber o que aconteceu?

Convocado o senado municipal, o governador civil que estava em exercício das suas funções, apareceu logo e declarou que aquela reunião havia sido convocada ilegalmente, porquanto o vice-presidente não era presidente do senado, visto que elo não tinha abdicado das suas funções.

Não se lembrava o governador civil do distrito de Braga de que, estando em exercício como governador civil, não podia estar em exercício, como presidente do senado municipal, por se opor a isso uma disposição do Código Administrativo.

Entretanto S. Exa. generosamente considerava válida a convocação, mas assumia a presidência e de a maneira se houve nas considerações que fez, que os membros do bloco saíram da sala.

Ficou o presidente e a sessão composta de quatro vereadores, porque a sessão foi encerrada.

Assistiram a essa sessão cêrca do 150 pessoas, porque o salão onde se realizam as sessões da câmara é amplo, e estava literalmente cheio.

O Sr. governador civil teve o descaramento de mandar dizer para o Ministério do Interior, comprovando-o em documentos falsos que obteve, no que aliás é exímio, que não tinha assistido nem presidido à reunião do senado municipal do concelho de Vila Verde, quando é certo que presidiu, como o afirmara todas as pessoas que no salão da Câmara assistiram à sessão.

É espantoso!

Imediatamente o presidente reuniu a comissão executiva e, como o dirigente da Acção Republicana no concelho de Vila Verde é o secretário da mesma câmara municipal, a comissão executiva, indignada com a Acção Republicana justiça seja feita a todos - vários membros pertencem ao Partido Republicano Português - e suspendeu o secretário da câmara municipal.

O administrador intimou o secretário a entregar o arquivo, o que êle não pode, fazer porque não tinha no bolso a chave.

Mas o presidente da comissão executiva não esteve com meias medidas.

Arrombou a porta e tomou conta do arquivo, das actas e outros livros do arquivo municipal, e, em contrário às disposições expressas do Código Administrativo, levou êsses livros para sua casa.

O secretário da câmara municipal protestou contra esta atitude, o então o administrador do concelho mandou-o sair e as portas da secretaria da câmara municipal foram seladas.

Entretanto o vice-presidente do senado municipal convocou nova reunião extraordinária, e essa reunião chegou de facto a realizar-se, e o Sr. governador civil deixou do presidir a essas sessões do senado municipal e convenceu-se de que isso cons-