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4 Diário da Câmara dos Deputados

nunca mais caía, ca entendi que, se interviesse no debate, evitando que as votações só realizassem na mesma sessão, o Govêrno nunca mais ia a terra. Se as votações se realizassem hoje, depreendia-se dessa declaração que o Partido Nacionalista não votava contra o Govêrno.

Eu não queria levar o Partido Nacionalista a sacrifício de tamanha monta e, sobretudo, ficar com a responsabilidade do Govêrno nunca mais cair, na frase do Sr. Pedro Pita.

Portanto, não usei da palavra, para que a votação se realizasse ontem.

E porque era que desejava intervir no debate, já porque me propunha lazer a análise minuciosa o circunstanciada do que foram os vergonhosos 20 dias que antecederam a solução da crise o do que êsses dias e factos neles ocorridos representam, como demonstra-lo perante o País, a desgraçada situação a que o regime o levou, e a impossibilidade que o País tem de poder por mias tempo viver sob a égide da República.

Não preciso de fazer largas considerações a êsse respeito. Basta apenas referir me a factos ocorridos no decurso dessa longa crise - não crise ministerial, mas declaradamente crise do regime para chegar à demonstração da minha tese, absolutamente indiscutível, absolutamente confirmada, em virtude dêsses factos.

Degladiaram-se os homens durante êsses dias, como feras, e até, para que das feras não diferissem, escolheram os banquetes para campo do maior efeito, para as acusações reciprocas. Nunca nesses banquetes eu vi evocado por qualquer dêsses homens o nome da Pátria. Até mesmo os interêsses da República vagamente vi referidos.

Tinham a consciência, de que o País sabia bom que titio eram os interêsses da Pátria e da República que os movia, mas sim unicamente os interêsses eleitorais que se aproximam, e para os quais cada um se preocupa em garantir a sua representação e garantir a sua posição, especialmente aqueles que não tem a representação que desejavam.

Era êste um dos pontos que desejava ocupar-me no debate político.

Desejava também demonstrar que, segundo a interessante estatística que elaborei, nenhuma confiança ao País pode merecer o Sr. Domingos Pereira, desde que S. Exa., como chefe do Govêrno, deu provas desastradas no decurso de 3 meses, ou seja desde 30 de Março a 30 de Junho do 1919, presidindo a um Govêrno de concentração que se seguiu a Monsanto.

A minha estatística destinasse a demonstrar perante V. Exa. e a Câmara o regime ruinoso que foi o Govêrno de concentração presidido por S. Exa., cuja obra primacial se sintetiza nos 30 suplementos ao Diário do Govêrno de 10 de Maio do 1919. E da responsabilidade, dêsse seu Govêrno a avalanche do funcionários públicos que existem a mais e foram nomeados à sombra dos decretos publicados nos 30 suplementos de 10 de Maio de 1919.

O passado político do Sr. Domingos Pereira são os 30 suplementos ao Diário do Govêrno de 10 de Maio.

Por isso, o meu amigo Sr. Carvalho da Silva, dada a sua simpatia o consideração pessoal pelo Sr. Domingos Pereira, lhe pediu para que se não fatigasse num trabalho tam exaustivo, longo o momentoso, como foram os 30 suplementos ao Diário do Govêrno, que hão-de consagrar a posteridade durante largos anos a êsse Govêrno, o que o País conhece nas suas minúcias.

Quando se discutir algum duodécimo, ou qualquer outra proposta do Governo, as minhas considerações hão-de ter interêsse a êsse respeito.

Desejava ainda ocupar-me desenvolvidamente do problema eleitoral para demonstrar a V. Exa. e à Câmara, com números, que os monárquicos não podem ter a menor confiança em qualquer Govêrno da República, seja quem fôr que a êle presida.

Os factos demonstram que todos os homens da República, sejam êles quais forem, se tem combinado, numa conjunção absolutamente criminosa, para nos roubarem as eleições, para roubarem representantes monárquicos, que tinham todo o direito de se sentarem aqui.

As últimas eleições de Deputados presidiu o Govêrno do Sr. Cunha Leal.

Cumpro-me dizer com justiça que foi talvez o Govêrno, desde que existe a República, que, até certo modo, garantiu aos