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Diário das Sessões do Congresso

Disse S. Ex.a que as mutações políticas são extraordinárias, porque em 1913, ao rebentar um conflito entre o Poder Executivo e parte do Poder Legislativo, eu tinha tido uma certa atitude que levava a estranhar que eu apoiasse este Governo.

Não m« arrependo das atitudes políticas que tomei através da minha carreira.

A questão hoje é diferente. Estamos em presença de um Governo que na Câmara dos Deputados teve um voto de confiança e no Senado de desconfiança. Ora o conflito é entre as duas Câmaras.

Pede .agora o Governo um adiamento. Se o Congresso o votar, o Governo.tem o direito de continuar no Poder. (Apoiados).

Mutações políticas'? Sim. Não há regime político que não as tenha.

Mas a verdade é que ao Sr. Presidente da Câmara dos Deputados, que é um homem que não pertence ao meu grupo parlamentar, que é um homem que não tem as mesmas ideas políticas, ÁQ Sr. Sá Cardoso, nós dissemos — pondo--nos acima das paixões mesquinhas —que lhe não impossibilitávamos a constituição do seu gabinete.

' Sr. Presidente: Apodem .todos os grupos políticos falar da mesma forma que eu falo? (Apoiados).

Peixo à consciência da Sr. António Granjo a resposta a esta pergunta.

} Como o Sr. António Granjo tem uma memória vaga!

E vem o Sr. António Granjo — agarrado à Constituição como um enamorado SQ pode agarrar àquela a quem ama e àquela a quem queresópara si — afirmar--nos: — Não faça o Governo da Constituição uma serapilheira para envolver os pés do próprio Governo, j Não, Sr. António Granjo! Respeitemos todos a Constituição. Mas não ó V. Ex.a, na situação política em que se encontra, quem tem mais autoridade para o dizer.'(Apoiados).

Olhe S. Ex.a para a constituição do seu partido, veja os partidos que se juntaram ao seu. . .

Apoiados e apartes que se não entende-deram.

O Sr. António Granjo (interrompendo): — Parece, pelas manifestações que vejo, que eu fui um partidário de SidónioPais, e eu estou vendo que o Sr. Júlio Martins se refere aos meus correligionários. Disse mesmo: — «os partidos que se juntaram ao seu . . .».

Nestas condições, eu tenho de fazer uma declaração peremptória.

Apartes que se não entenderam.

O Orador:—Eu dizia que quando o Sr. António Granjo chamou para a tela da discussão as minhas transformações políticas devia olhar para a constituição do seu partido.

Já que S.. Ex.a chamou para a tela da discussão a tradição que eu represento, também eu amarrava S. Ex.a às tradições que representa.

São estas as afirmações que faço, porque a verdade é esta: se S. Ex.'n me chama para o passado, para as transformações políticas, eu direi como é que S. Ex.a se uniu a partidos que sobre a guerra marcaram pontos. (Muitos apoiados).

£ Corno é que S. Ex.a se uniu a partidos que sustentaram Sidónio Pais? (Muitos apoiados).

Trocam-se apartes.

O Orador: —Não fiz mutação política de qualidade alguma. Sou um homem franco, e há pouco a um aparte que das bancadas do Partido Democrático se dirigiu ao Sr. António Granjo, a. respeito do 'Sr. Pimenta de Castro, a esse aparte eu daria uma resposta, diria ao Partido Democrático quo também elo esteve com Pimenta de Castro, porque um seu correligionário, o. Sr. coronel Galhardo, fez parte do Governo de Pimenta de Castro.

Preguntou o Sr. António Granjo se o Governo vai para actos de força. Eu não acompanharei o Governo nesses actos de força; só se esses actos de força tivessem por fim erguer e prestigiar a República.