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Diário das Sessões do Congresso

O Sr. Carlos de Vasconcelos: — Sr. Pre-sidonto: permita-mo V. Ex.a e o Congresso que a propósito deste assunto eu coute uma pequenina história:

Havia em tempos na província da Guiné um comandante militar que. pelo facto dos garotos terem por costume roubar os fru tos dos mangais da praça, resolveu radicalmente remediar a situação: mandou cortar todas as árvores.

Pois é o que nós vamos fax.er neste caso: reconhecendo que os professores do New-Bedford e outros pontos da América n3o ensinam a nossa língua, acabamos com as escolas. Ora isso é perfeitamente impolitico, porque representa a desnacionalização de uma colónia importantíssima como é aquela que nós lá temos. Eu nlo falaria se niío tivesse conhecimento per-leito e completo dela.

Sr. Presidente: quaudo circunstâncias de ordem diversa levam muitos portugueses a desnacionalizar-se, entendo que praticamos uma má acção concorrendo poi nossa parto paia essa desnacionalização.

O Congresso não devo, pois, de forma alguma manter a deliberação da Câmara dos Sr>. Deputados.

O orador não reviu.

O Sr. Carvalho da Silva:—O Sr. Carlos de Vasconcelos acaba de contar uma história que, na verdade, não me parece que seja bom aplicada ao presente, porquanto/ se acaba de verificar que uma das arvores não existe, e, se não existe, não pode s>er cortada.

Quando na CVimara doa Srs. Deputados se discutiu a proposta da Comissão do Orçamento, o ilustre deputado Sr. Balta-sar Teixeira disse que a imprensa havia relatado que, para justificar a necessidade da oxisttncia dessa escola, eram fornecidos ao Ministério dob Negócios Estrangeiros estatísticas falsas sobre a frenuên-cia de aluíras dessa escola.

Ora, se assim é, se se recorre a expedientes dessa natureza para justificar a necessidade de existência duma escoln, não há dúvida que se deve aprovar o corte proposto pela Comissão do Orçamento da Câmara dos Srs. Deputados, ^abando-se de \ez com essa escola, pois o País não está em circunstancias de pagar a um profassor que pstá em Lisboa a cursar a

Faculdade do Letras, quando de\iy estar no estrangeiro a reger a sua aula.

Não sei quem ele o, mas entendo que factos desta natureza não dignificam a administração pública.

O orador não reviu..

O Sr. Agatão Lança:—Sr. Presidente: eu tive ocasião de estar na América do Norte e de percorrei os centros ondo a colónia poituguesa e mais numerosa.

Foi aos clubs*mais frequentados pelos portugueses onde os mesmos se instruem pela leitura e pela conferôncia.

Não são clubs setnoll) antes aos do Lisboa onde se joga e paro. os quais as autoridades lançam olhares complacentes.

E tive ocasião de vei que o professor que o nosso Governo para lá tinha mandado, apesar de lá estar há muitos meses, nunca tinha dado aula, não exercendo até já essa profissão, mas a profissão consular.

Recordo-mo também do. que um Ministro da Instrucçao, cujo uome mo não lembra, resolveu premiar os serviços dum sr. professor que ha\ia sido demitido em Portugal por abandono de lugar, nomeando-o proícssor na America do Norte, onde esteve durante algum tempo, mas onde nunca ensinou coisa alguma. A única vez que Sí>se homem se manifestou publicamente disse coisas tão desacertadas, que todos os jornais caíram a fundo sobre ele.

Esse homem deixou, depois,, a sua profissão, passando a ocupar-se de negócios.

Por isso pedi a pala\ rã para esclarecer e Sr. Carlos do Vasconcelos e para lho afirmar que na America do Norte, a nossa colónia é admirá\el em patriotismo, e em trabalho, no pensar de pessoas estranhas à colónia.

Resolvondo-se pôr as escolas em outro sítio do menos importância, ter-se-ia que criar, então, centenas de escolas.

Dou, pois, o meu1 voto ao que propôs a Câmara do* Deputados.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros (Domingos Pereira):—A Gamara dos Deputado.i votou ;i supressão das verbas das escolas da América o Extremo-Orieute