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12 Diário das Sessões do Senado

Tenho a certeza, e poderei afirmar a V. Exa. que na província, do Douro, tanto na casa dos ricos como na choupana, dos pobres se chora a morte de tam benemérito cidadão.

Vozes: — Muito bem.

O Orador: — Em nome desse povo, que tanto lhe deve, porque o grande morto se preocupou mais com os pequenos de que com os grandes, apresento os meus sentimentos.

O Sr. Luís Firmino de Oliveira: — Pedi a palavra, para declarar a V. Exa. e ao Senado, em meu nome e da Associação Industrial Portuense, que represento nesta Câmara, que acompanho V. Exa. e todo o Senado nas manifestações de pesar pelo luto que acaba do cair sôbre a nação.

O Sr. Alfredo, da Silva: - Sr. Presidente e meus senhores: quando pedi a palavra supus que o meu ilustre colega da Associação Industrial do Pôrto ainda não o tinha, feito.

Não a teria pedido nesse caso porque fá-lo hia em nome da Associação Industrial Portuguesa.

Mas antes devo declarar, a V. Exas. que não tenho dotes oratórios, e estou muitíssimo incomodado de saúde.

Falo mal como costumo, com dificuldade, e hoje ainda, mais pelo meu estado de espírito anuviado com o enorme desgôsto que a todos resulta do grande crime há, pouco praticado.

Sr. Presidente: tive ocasião de trabalhar algumas vezes com o Sr. Presidente da República, e pude por isso observar todo o interêsse que lhe mereciam as questões de carácter económico.

Tive ocasião de apreciar a receptibilidade, fácil do seu espírito; a maneira fácil como S. Exa. entrava nas questões que não haviam sido objecto das suas ocupações.

Muitas vezes discordei de S. Exa. mas isso simplesmente representava e provava exactamente, de que S. Exa. estudava os diversos assuntos, acentuando o seu grande, individualismo, tendo um ponto de vista invulgar que, evidentemente, o superiorizava, afirmando-o como um verdadeiro Chefe de Estado..

Sr. Presidente: debaixo do ponto de viste, económico, estou intimamente. convencido de que, se o Sr. Dr. Sidónio Pais mais não conseguiu foi porque absolutamente mais não pôde.

Não se puderam realizar a despeito de tudo algumas das suas grandes aspirações, era virtude de dificuldades que surgiam, por vezes insuperáveis.

Quere-me parecer, Sr. Presidente que o real de S. Exa. o Sr. Dr. Sidónio Pais era exactamente o chamar a si as questões até os seus últimos pormenores deixando ao Secretário de Estado somente a sua aplicação.

O Sr. Dr. Sidónio Pais era um homem com um grande amor pela causa pública, à qual com todo o seu esforço se dedicava. Nós, 3r. Presidente, só vamos devidamente avaliar o que êle foi, agora que o perdemos. (Apoiados).

Eu não quero ser uma ave agourenta, mas nesta momento sinto-me envolvido de pessimismo.

Se nós viemos aqui, a esta casa do Parlamento, foi em razão duma idea do Sr. Dr. Sidónio Pais. Creiam V, Exas. que não voltaremos cá mais e se, voltarmos, há-de ser com muitas dificuldades, pois se procurará obstar a isso.

E por tal motivo que eu faço esta afirmação, como um dos representantes das classes, pois desejava que ela fique consignada.

O princípio da representação das classes foi um ensaio. Talvez que êle não perdure, mas estou certo de que é uma grande prova de que só procurou trazer à. Câmara elementos de muito valor, e isso foi uma idea, uma iniciativa do Sr. D r. Sidónio Pais.

Sr. Presidente: não quero abusar da atenção do V. Exa. e da Câmara, em pretender desenvolver um elogio ao falecido, depois dêle ter sido já feito por pessoas da maior competência e respeitabilidade.

O momento é de angústia para aqueles que vêem neste nefando assassinato um grande perigo para a nossa nacionalidade. (Apoiados).

O orador não reviu.

O Sr. Augusto Cerqueira: — Sr. Presidente: em nome da classe que represento não posso deixar de me associar às manifestações de condolência da Câmara