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REPÚBLICA PORTUGUESA

DIÁRIO DO SENADO

1918-1919

SESSÃO N.º 24

EM 14 DE FEVEREIRO DE 1919

Presidência do Exmo. Sr. Zeferino Cândido Falcão Pacheco

Secretários os Exmos. Srs.

Guilherme Martins Alves

Constantino dos Santos

Sumário.— Chamada e abertura da sessão. Leitura e aprovação da acta. — Dá-se conta do expediente.

O Sr. Presidente congratula-se com o país e com o Senado pelo êxito republicano que pôs termo à guerra civil.

O Sr. Castro Lopes, em nome da maioria, associa-se, pondo em relevo a deslialdade e traição em que assentara a revolta monárquica e notando que a República não podia deixar de triunfar.

O Sr. Nogueira de Brito associa-se, notando que a vitória da República é o triunfo dos princípios modernos sôbre os do passado, e nota que o crime da revolta foi maior por ser produzido no período em que se está tratando da conferência da paz.

O Sr. Artur Jorge Guimarães associa-se, propondo uma saudação à cidade do Pôrto, ao povo daquela cidade e às tropas republicanas, que souberam nobremente vencer os seus inimigos, contrários ao espírito liberal e republicano do Pôrto, que cem sempre manifestado os seus sentimentos.

O Sr. Queiroz Veloso nota que já fizera, durante a insurreição, a afirmativa de que o povo do Pôrto, apesar da opressão que estava sofrendo, não deixara de ser republicano e o que o provaria logo que lhe fôsse possível sacudir o jugo.

Expõe vários factos históricos no sentido de demonstrar que o espírito do Pôrto tem sido sempre profundamente liberal.

Verbera a traição monárquica e termina enviando uma saudação ao Pôrto

O Sr. Machado Santos regista que os campos políticos, monárquico e republicano, ficaram agora extremados, raiando para a República uma nova aurora.

Saúda a alma heróica do povo português; saúda o Govêrno, que conseguiu a harmonia entre os elementos republicanos, e saúda as fôrças de terra e mar.

Termina enviando para a Mesa uma proposta de saudação neste sentido pedindo que em sinal de regozijo seja encerrada a sessão.

O Sr. Júlio Dantas congratula-se com a vitória republicana, acentuando que o culto da Arte não pode exercer-se sem a ordem e a ordem não pode existir já em Portugal sem a República. Diz que se 5 de Outubro foi a data da fundação da República, 13 de Fevereiro fica sendo a data da fundação da República imortal.

Saúda o Pôrto e a imprensa, propondo um voto de louvor aos jornais e aos jornalistas, que fizeram a honrosa propaganda que ajudou a vitória.

O Sr. Carneiro de Moura associa-se à proposta do Sr. Machado Santos, saudando a alma heróica do povo português. Faz largais considerações históricas no sentido de demonstrar que foi sempre o povo que dominou nos factos capitais da vida nacional.

O Sr. Arnaud Furtado expõe que foram a traição e a hipocrisia que ficaram vencidas. Termina, Levantando um viva à Pátria Portuguesa, porque a República considera-a indestrutivelmente ligada aos destinos nacionais.

O Sr. Afonso de Melo, como representante da agricultura, diz que esta classe só deseja a paz e a ordem, sendo a que mais se regozija com o termo desta luta ferida entre nacionais.

Expõe o que se passou em Viseu, onde o povo, por si mesmo, fez naquela cidade a restauração da República. Termina fazendo votos por que de hoje para o futuro se possa viver numa pátria feliz e próspera

O Sr. Castro Lopes associa-se à proposta de saudação às fôrças de terra e mar e termina propondo que a proposta do Sr. Machado Santos seja votada por aclamação.

O Sr. Adães Bermudes associa-se, fazendo votos por que, depois desta última tentativa monárquica.