O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Diana das Sessões do Senado

Na verdade, mio me ó inteiramente desconhecido o assunto que S. Ex.a tratou, apesar de há pouco tempo ter tomado conta da pasta do Trabalho.

Já um outro representante de Ponta Delgada chamou a minha atenção para o assunto, e eis porque eu, em tal sentido, dei já ordens pelo meu Ministério.

Devo dizer que, da quantia votada para combate de epidemias, poder-se há tirar a verba necessária para tratar do caso em questão.

De modo que, o pedido do ilustro Senador será tomado na devida consideração e dentro de breves dias atendido.

O orador não reviu.

O Sr. Alves de Oliveira (para explicações):—Sr. Presidente: pedi a palavra simplesmente para agradecer ao S:. Ministro do Trabalho a informação que acaba de dar ao Senado, fazendo votos para que as diligências de S. Ex.a se sintam também na lha de S. Miguel, a que acabei de me referir.

O Sr. Bernardino Machado: — Sr. Presidente: passa hoje o aniversário da insurreição dezernbrista de 1917; e lembro ao Senado, não para sobreexcitar paixões, porque a tal devemos neste momento sobrepor a paixão mais ardente e mais fortt.1 pela República e pela Pátria, mas para lembrar, repito, que foram as nossas di-vi.sões que produziram a desagregação geral da nação, no meio da qual se tcrnou possível essa tremenda surpresa, ^ue S!1 desenrolou de 5 a 8 de Dezembro.

E preciso que ninguém esqueça cur essa surpresa passou por cima do Governo de então, e ato sobre a própria oposição.

Eu quero levantar, Sr. Presidente, o meu pensamento a todos os que sofreram, aos que morreram, a todas as vítimas dessa insurreição.

E permita-me V. Ex.a, Sr. Presidente, e o Senado, que eu saúde daqui os homens que então presidiam à nossa intervenção na guerra, e que eu vejo representados no Senado.

.1 intervenção na guerra nós devamos hoje todas as considerações e todos os respeitos que o estrangeiro nos dá. Todas as palavras de consideração e respeito por Portugal, não têm outra razão senão

a suprema razão da bravura do nosso exército.

Sr. Presidente: eu quero exprimir de todo o coração as minhas homenagens a este punhado de valentes, às forças civis e militares que se bateram até a última extremidade pela bandeira da República, que patriòticamente se bateram contra essa insurreição.

Creio que o Senado me acompanhará nesse voto, e para isso tenho a honra de mandar para a Mesa a seguinte

Proposta

Tenho a honra de propor um voto de homenagem ao glorioso esforço e sacrifício das forças civis e militares que, sob o comando de oficiais heróicos, como Afonso Corqueira e Agatão Lança, lutaram valentemente pela República e pela Pátria contra a insurreição de Dezembro do 1917.— Bernardino Machado.

Antes de mandar para a Mesa esta proposta não posso deixar de acrescentar que julgo absolutamente indispensável que o Governo pratique ainda alguns actos.

Dois golpes graves fulminaram as nossas instituições, um foi a destituição do Presidente da República, outro foi a dissolução do Parlamento.

A destituição do Presidente foi solucionada, o acto da dissolução ainda o não foi, e já lá vão dois anos depois dessa jornada e ainda a República não fez nada para honra desse Parlamento, derrogando aquele acto monstruoso da dis^olnção que era indispensável que se fizesse.

Sr. Presidente: é necessário precisar todos os factores da insurreição, o que ainda r.té hoje não se Pez; o Senado tem ouvido e sabe tam bem como eu que não há patriota, que não se revolte contra essa tentativa de restauração da Monarquia, ma& esses homens, esses monárquicos fo-rarr sobretudo cúmplices desde a primeira hora associando-se à insurreição de-zembrista.

A tentativa monárquica ainda foi depois do armistício, mas a insurreição de-zembrista foi pior, porque esses atentaram contra a Pátri-i, porque nos dividiram perante o inimigo externo.