O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 12 de AM de 1921

O Sr. Presidente: (» 15 horas e 55 minutos). Está reaberta a sessão.

O Sr. Abel Hpólito: — Sr. Presidente: conhece V. Ex.* e conhece o Senado a maneira carinhosa e altamente distinta como as nações aliadas vieram até junto de nós, para nos acompanhar nas manifestações que a Naç&o Portuguesa entendeu, e muito bem, devia prestar aos seus mortos da Grande Guerra.

Algumas dessas manifestações são de tal modo impressionantes, qae não podem deixar de emocionar profundamente a alma nacional. Assim, Sr. Presidente, a França enviou-nos o seu glorioso marechal, o vencedor da batalha do Marne, aquele que primeiro recebeu o Ímpeto do inimigo e o fjz deter nas margens do rio desse nome.

A nação nossa irmã pela raça, a Itália, teve a distintíssima gentileza e amabilidade de se fazer representar por dois contingentes, um do exército e outro da .sua marinha de guerra, com as respectivas bandeiras, e propositadamente escolheu para representar o seu exército de terra um dos seus mais gloriosos regimentos e dos mais antigos daquele País, o 1.° Kegimento de Granadeiros da Sardenha, vindo à frente dessa missão o general Diaz; e a marinha de guerra dois dos seus mais gloriosos marinheiros. A Inglaterra mandou um dos seus mais notáveis generais e fez-se também representar por uma força da sua marinha de guerra.

Outros países como a Bélgica, a América do Norte, o Brasil e a Espanha enviaram também, para seus representantes, oficiais dos mais categorizados dos seus exércitos.

E assim, eu julgo interpretar os sentimentos patrióticos de V. Ex.* e os do Senado, propondo que nmâ comissão de Senadores, eleita pela Mesa, vá hoje ou amanhã, ou quando a Mesa julgar mais conveniente, apresentar as homenagens desta Câmara a essas missões militares que representam os seus países em Portugal. (Muitos apoiados).

E já que estou com a palavra, uma outra proposta desejava fazer. É tam momentoso o assunto a que me refiro e a hora que passa para Portugal é de tal modo significativa, como de há muito não

há outra, que eu achava interessante e até necessário para a história do País, quê alguém, com a devida competência, colhesse elementos de tudo quanto se fez e está fazendo no País, de maneira a fazer--se um relatório minucioso que seria mandado imprimir, a fim de ser disperso pelo País, distribuído pelas escolas, arquivando-se alguns números nas bibliotecas, porque se a sua leitura seria curiosa para os velhos, como eu, não teria menos inte-rêsse~para aqueles que são novos, e para os que hão-de vir, aí colheriam todos lições muito proveitosas.

Proponho que uma comissão do Senado, nomeada pela Presidência, procure os chefes das missões estrangeiras que vieram acompanhar a Nação nas suas homenagens aos nossos mortos na Grande Guerra, apresentando-lhes as saudações'do Senado da Kepública.

Proponho que o Governo mande proceder à elaboração dum relatório onde fiquem exarados todos os . acontecimentos relativos às homenagens prestadas aos nossos Soldados Desconhecidos, símbolos do nosso exército de terra e mar, e seja espalhado pelo País e pelas bibliotecas e escolas.

O Sr. Augusto de Vasconcelos: — Sr.

Presidente: p^di a palavra para me associar à proposta do Sr. Abel Hipólito, e não só à proposta, como também ás palavras com que S. Ex.a a defendeu e apresentou.

Ao mesmo tempo, Sr. Presidente, mando para a Mesa uma proposta que tinha tenção do apresentar o nosso colega Sr. Cons-tâncio de Oliveira, referente ao mesmo assunto. S. Ex.a tinha tido a idea de propor que o Senado se dirigisse aos presidentes do Senado das nações que a Portugal enviaram representantes, significando quanto estávamos reconhecidos pela atitude dessas nações.

Suponho que o Senado se associará gostosamente a esta proposta, como do mesmo modo aprovará a proposta do Sr. Abel Hipólito.