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Setsão de 12 de Abril de 1921

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larga e documentada exposição sobre o nosso caso especial das reclamações por prejuízos que a Alemanha nos causou antes da declaração de-guerra (§ 4.° do anexo ao artigo 298.° da Parte vm) e cuja indemnização deve ser julgada por via arbitrai; os relatórios das conferências realizadas com o Sr. Poiucaró, ao tempo Pre-siden^e da Comissão de Reparações, e com o Sr. Bourgeois, Presidente do Conselho Executivo da Sociedade das Nações, sobre o problema geral da execução do Tratado; os trabalhos relativos à restituição do Kionga, e à criação dos dois Altos Comissários em África; a acção desenvolvida na Comissão Especial dos Mandatos Coloniais, que reuniu em Londres no dia 12 de Julho de 1919, sob a presidência de 'Lord Milner, e que foi consagrada a Portugal; os trabalhos de defesa das reivindicações portuguesas, derivados da Conferência de San Eemo, em que foram lançadas as bases da fixação global da indemnização da Alemanha), e da Conferência de Hvthe-Folkestone, em que a França e a Inglaterra deram a sua formal adesão ao sistema doforfait; os que se efectuaram, já em Bruxellas, nos primeiros dias de Julho de 1920, antes da Conferência de S pá, em que nos foi atribuída a percentagem de três quartos por cento da indemnização alemã; os que dizem respeito às Conferências financeiras internacionais e à Conferência de Genebra, etc. O orador termina dizendo que não tem proposta alguma a formular. Sendo aquela a primeira sessão normal do Senado, depois da chegada do Sr. Dr. Afonso Costa não quis perder o ensejo que ela lhe proporciona para exprimir, publicamente, ao ilustre homem de Estado o agradecimento de quem teve honra de acompanhar, durante alguns meses, como Ministro dos Negócios Estrangeiros, a sua acção alevantada, patriótica e fecunda.

O Sr. Catanho de Meneses: — Sr. Presidente, eu pedi a p;ilavra, para muito brevemente, se a Câmara mo consente, visto já ter dado a hora para se entrar na orj dem do dia, aproveitar o ensejo para deste lado da Câmara dizer também algumas palavras sobre o mesmo assunto a que se referiu o Sr. Melo Barreto.

Devo dizer a V. Ex.a, Sr. Presidente, q le o sentimento que experimentei ao ou

vir a narração tão detalhada e tão brilhante que fez o nosso ilustre colega Sr. Melo Barreto, dos serviços prestados pelo nosso grande compatriota Sr. Afonso Costa, serviços tão altos que honram grandemente a Nação, mo deixou profundamente impressionado e estou convencido de que este sentimento, fora de toda a paixão política, que eu experimentei, deve ter atingido todos os republicanos e a todos os portugueses.

Vozes:—Muilo bem.

O Orador: — Sr. Presidente, o Sr. Afonso Cosia que íoi um dos homens mais brilhantes daquela plêiade que concorreu para a proclamação da Eepública, foi também aquele que, por assim dizer fundou os alicerces deste regime. A ele devemos a lei do divórcio, a lei da separação do Estado das igrejas, que são por assim dizer dois gritos de consciência levantados contra a opressão e contra o preconceito a que há tanto tempo estávamos amarrados, distanciando-nos muito das nações que já anos antes se tinham deles libertado.

Ora, Sr. Presidente, podem as paixões, momentaneamente ter feito um juizo talvez errado e injusto do papei de Afonso Costa; mas eu confio em que a história," que a todos julga, a história, que é imparcial e serena, há-de fazer completa justiça ao Sr. Afonso Costa e levantá-lo num pedestal tão alto, que não possa ninguém de boa fé atingir ou denegrir os seus serviços prestados ao país e à República.

Não mando nenhuma proposta para a Mesa, porque isto significa apenas , um brado da minha consciência e um impulso que sentia dentro de mim, estando tam-tém convencido que interpreto o sentir de todos os meus colegas deste lado da Câmara.

Tenho dito.

Vozes:—Muito bem. Muito bem.