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Diário J as Sessões do Senado

Como S,, Ex.a sabe, a Constituição da Eepública estabelece que a instrução primária é obrigatória, mas infelizmente não se tem cumprido esse preceito e todos nós sabemos a relutância que muitos homens do campo têm em mandar os seus filhos à escola, para não os desviar dos tervlços da lavoura.

Se quando os mancebos forem chamados ao serviço militar fizermos uma distinção entre os que sabem ler e escrever e os analfabetos, recebendo os primeiros a instrução militar nas suas terras, não terá o Estado necessidade do os sustentar durante êsso tempo e não serão desviados do sou trabalho senão as horas precisas para ser ministrada essa instrução; os pais, sabendo que os seus filhos quando chegarem à idade do recenseamento militar não deixarão de os continuar a auxiliar nos seus trabalhos, se souberem Ler e escrever, terão o cuidado de os mandar à escola, diminuindo-se assim o analfabetismo.

E claro que nem toda a instrução militar poderá ser dada nas próprias terras dos mancebos, mas será durante muito poucos dias que haverá necessidade cie os deslocar para receberem .1 instrução de tiro e para algum exercício de conjunto.

Uma outra forma de fazer economias é a seguinte:

Uma grande quantidade de oficiais são negociantes.

Creio que há uma lei que tal não permite. Mas se não está em vigor publique--se uma outra lei não permitindo aos oficiais no serviço activo poderem negociar. Aqueles ^ue o quiserem fazer peçam licença ilimitada.

Como a grande maioria dos oficiais que são negociantes usufrui dos seus negócios proventos .muito superiores aos vencimentos que recebem do Estado, por certo preferirão continuar a negociar, e pedirão licença ilimitada, fazendo assim o Estado uma grande economia, visto haver quadros com oficiais a mais, e portanto não haver necessidade de serem preenchidas as suas vagas.

Além disto, o Estado quando estabelece as subvenções aos oficiais parte do princípio de que não têm outros vencimentos além dos que lhes paga, e não é justo quo oficiais que usufruem grandes lucros

nos seus negócios recebam essas subvenções, de que não necessitam. Tenho idito.

O Sr. Tomás de Vilhena: — Faço em nome da minoria monárquica os meus cumprimentos ao Sr. Ministro da Guerra.

E S. Ex.a um oficial que deu mostras assinaladas da sua coragem e da sua competência, e teria o exército muito a esperar de S. Ex.a se não fosse uma circunstância a que vou aludir,

Eu, como velho c como experiente das cousas da vida, lembrarei a S. Ex.a quo não queira fazer política no exército o que faca administração verdadeiramente militar.

O exército ó para defender a Pátria e manter a ordem, e não para só meter em aventuras políticas.

Ai dos povos quando a espada começa a manobrar desencontradamente, em lutas que pertencem mais aos civis do que aos militares.

Quando o Sr. Presidente do Ministério e Ministro das Finanças nos vem dizer ao Parlamento que a única maneira que tem de equilibrar o Orçamento é lançar novos impostos, e com propostas mais que exaustivas porque são mortíferas, com propostas que só podem produzir a maior desconfiança no Governo e até no próprio Estado republicano, com esses processos que ameaçam matar o país pela cura, pois não sei se seria melhor deixá-lo morrer de morte natural — depois de tudo isto, eu não sei se o Sr. Ministro da Guerra terá • tempo de mostrar a todos nós quanto vale a sua competência e a sua dedicação pelo exército.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Roberto Baptista: — Sr. Presidente: a minha situação especial no Senado obriga-me a usar da palavra para enviar aos novos Ministros as minhas saudações. São todos pessoas que têm uma situação de destaque na política e entre eles alguns que sito meus velhos amigos pessoais.