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Sessão de 29 de fevereiro e 11 de Março de 1924

O actual Sr. Ministro da Guerra, que foi propagandista da guerra, entendeu que devia harmonizar 08 seus actos com as suas palavras, e, portanto, logo que lhe apareceu a primeira oportunidade de partir para á guerra, foi para a guerra. Mas não é bastante. S. Ex.a, estando em França e podendo, pela sua situação política e relações pessoais, criar uma situação que, sem ser de favor, o livrasse, se não de incómodos, pelo menos de grar vê perigo, preferiu ir para as trincheiras, onde fez todo o serviço.

Mas ainda fez mais. S. Ex.a, estando nas trincheiras, ofereceu-se voluntariamente para fazer um raid, acção sempre perigosa, onde sempre se arrisca a vida, de onde muitas vezes se volta gravemente ferido, e não raras vezes se encontra a morte.

Eu conversei com S. Ex.a na Flandres, na véspera em que se realizou esse raid, e tive ocasião de ver o entusiasmo e coragem com que S. Ex.a ia arriscar a vida pela sua Pátria; assisti a esse raid 'e vi os perigos a que S. Ex.a esteve exposto.

Hi, portanto, de esperar que quem, como o actual Sr. Ministro da Guerra,, mostrou tanta coerência entre os seus actos e palavras, harmonizando-as desta maneira, é de esperar que S. Ex.a ponha em prática as suas opiniões,- tantas vezes defendidas na outra Gamara, sobre assuntos militares, para o que S. Ex.a pode contar com o nosso apoio. . •

Eelativamente às propostas financeiras do Sr. Presidente do Ministério, escusado será dizer que também S. Ex.a pode contar com o nosso dedicado e leal apoio.

O Sr. Dias de Andrade : — Sr. Presidente : em nome da minoria católica apresento os meus cumprimentos e saudações ao Sr. Ministro da Guerra, e faço os mais sinceros votos por que a sua acção no Ministério da Guerra seja verdadeiramente proveitosa e útil para o nosso país.

Prestando as minhas homenagens às suas qualidades de "homem e de militar, eu peço a S. Ex.;i que aceite os meus cumprimentos.

O Sr. Procópio de Freitas: — Sr. Presi-. dente: mais um Sr. Ministro se apresenta

hoje a esta Câmara. E o Sr. Américo Olavo, novo Ministro da Guerra.

Conheço S. Ex.a e sei que é um militar valente, que se portou como os mais valentes durante a Grande Guerra e sei que S. Ex.d é^um republicano. Portanto, sobre a sua valentia e sobre o seu republicanismo nenhumas 'dúvidas tenho, e aproveito a ocasião para lhe apresentar os meus cumprimentos.

Peço a S. Ex.a que faça na sua pasta uma obra retintamente republicana.

E absolutamente indispensável republi-canizar as forças de terra e mar, é absolutamente indispensável que todos os cargos-militares de confiança da República estejam entregues a oficiais retintamente republicanos, e é absolutamente indispensável também que S. Ex.a nã/> siga o caminho trilhado por alguns' dos seus antecessores, de perseguirem aqueles que, embora republicanos, não pertencem aos partidos que apoiam os governos.

Mas eu conheço S. Ex.a e sei que é incapaz de assim proceder; Faço-lhe essa justiça. Todavia, as pessoas quando se encontram nas cadeiras ministeriais deixam--se muitas vezes influenciar por pressões estranhas '& não procedem de forma como seria para esperar.

Falou o Sr. Presidente do Ministério na necessidade que há em equilibrar o orçamento e extinguir o déficit.

Evidentemente que não há nenhum português- digno deste nome que não anseie polo equilíbrio orçamental, e só quem for interessado em atirar o País para a ruína é que não aspirará a que tal se realize. Portanto, eu também estou de acordo, nesse ponto, com o Sr. Presidente do Ministério.

Disse também- S. Ex.a que em Inglaterra se chega a pagar de imposto seis xelins por uma libra.

Mas quem pagar esses seis xelins por libra, de imposto, é quem tem muitos milhões de libras.