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O Sr. Ribeiro de Melo (sobre o modo de votar): — Sr. Presidente: desnecessário será dizer a V. Ex.a e ao Senado que não posso ser favorável ao requerimento feito pelo Sr. Senador que acaba de falar.

0° Sr. Presidente sabe melhor do que eu propriamente aquilo que convém fazer, que é não 'alterar a longa lista que está dada para ordem do dia, cujos projectos estão desde há muito tempo esperando uma resolução desta casa do Parlamento, propostas e projectos que não entram em discussão porque são constantemente alterados os requerimentos feitos por pessoas que são interessadas.

Tenho dito.

Foi aprovado o requerimento do Sr. Medeiros Franco.

O Sr. Pereira Gil: — Sr. Presidente: eu sinto muito não estar presente o Sr. Ministro dd Interior, mas aquilo que eu vou comunicar à Câmara será transmitido por favor de V. Ex.a a esse Sr. Ministro.

. Em Penela, concelho do distrito que eu represento nesta casa do Parlamento há dois ou três dias que se estão dando sce-nas pavorosas.

A guarda republicana que lá está há tempos, apenas às ordens de uma família, foi intervir numa questão de águas, que de há muito está pendente dos tribunais.

E como estava para ser resolvida a guarda republicana foi defender um moinho para esse moinho não deixar passar a água pela sua levada natural a fim de os proprietários que est.ão abaixo de esse moinho não poderem regar os seus prédios, e fazer conduzir a água por um canal subterrâneo para o leito do rio.

A guarda republicana não tinha nada que intervir porque não havia desordens nem perturbações da parte do povo.

Pois no dia 27, a guarda republicana começou à coronhada àquela gente que ia abrir as comportas para conduzir a água pela levada e poder regar os seus prédios.

Isto deu origem a urna desordem tendo a guarda disparado as espingardas —não havendo mortos, felizmente, a registar, mas muitos feridos ainda.

A autoridade administrativa requisitou

tropas de Coimbra, elas foram, e está em estado de'sítio aquele pacato concelho.

O que eu queria pedir ao Sr. Ministro era que mandasse retirar a guarda republicana de Penela porque as autoridades administrativas são suficientes para manter a ordem.

Eu pedia ,& V. Ex.a, Sr. Presidente, o obséquio de transmitir este meu pedido ao Sr. Ministro do Interior.

O orador não reviu,

O Sr. Presidente: — Comunicarei ao Sr. Ministro do Interior as considerações de V. Ex.a

O Sr. Júlio Ribeiro: — Sr. Presidente: há mais de um mês que, sucessivamente, epa todas as sessões eu pedi a palavra para quando estivesse presente algum dos Srs. Ministros sem que lograsse fazer uso da palavra, pela sua ausência.

Os assuntos vão-se avolumando, de forma que já desejo tratar: da situação desgraçada dos funcionários públicos; do conflito telégrafo-postal; do desrespeito às instituições que diariamente se estão notando na imprensa; do abuso da Companhia dos Fósforos; e dos esbanjamentos dq Comissariado dos Abastecimentos.

Como, porém, não temos Ministério, esperemos que essas cadeiras sejam ocupadas para então dizer o que há um mês não mó tem sido possível.

Por hoje limito-me a fazer votos para que se solucione rapidamente a crise ministerial, e que seja escolhido um homem de prestígio e valor estadístico que possa reunir em volta de si um núcleo de homens competentes para que se comecem a resolver os dois problemas importantíssimos de que ninguém ainda se ocupou a sério: o problema financeiro e o problema económico.

Disse.

O Sr. Anacleto da Silva:—Sr. Presidente: há mais de um mês que eu venho pedindo a palavra para fazer algumas considerações na presença do Sr. Ministro das Colónias.