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Diário deu Sessões do Senado

do-as atingir uma gravidade maior, quando tam fácil seria dar-lhes remédio no início.

Falo sempre em nome da verdade, embora agrade ou desagrade aos meus colegas, e não vejo maneira de resolver as questões e conflitos senão transigindo onde é necessário transigir, ou punindo onde haja que punir.

Está-se eternizando também o conflito nefasto dos correios e telégrafos, o que dá estes belos resultados: quero, por exemplo, ir daqui a 150 quilómetros de distância, à minha modesta casa de Leiria; mando um telegrama. Pois, apesar do comboio andar com uma velocidade, mais parecendo a dum carro de bois, vejo-me em enormes dificuldades de encontrar transportes à chegada, porque o telegrama chega na tarde do dia em que cheguei, algumas horas depois. Ou não chega de todo, e corresponde então a uma verdadeira burla, feita pelas estações oficiais à minha boa fé de confiar na exactidão dum serviço do Estado, e no prejuízo da minha economia, melhor empregada em alimentar a minha pessoa e família.

Ainda ontem, a respeito do conflito dos telégrafos-postais, tive ocasião de ler, publicado num jornal: «com a intervenção do Governo, o conflito, que estava a pique de ser resolvido completamente, agravou-se».

Isto dizem-no os principais interessados, dizem-no em frases tranquilas e frias, produzem os seus raciocínios, e um Governo, por mais incompetente que nós possamos r supor, um Governo chefiado pelo Sr. Álvaro de Castro, que nos leva a prata e que consente a desordem, vai--nos prejudicar, prejudicando gravemente um importantíssimo serviço público.

O Sr. Ribeiro de Melo (interrompendo) : — Não exagere V. Ex.a

O Sr. Presidente:—Terminou o quar-•to de hora.

O Orador:—Muito "bem, Sr. Presidente ; termino.

O Sr. Presidente:—Transmitirei ao Sr. Ministro do Trabalho as considerações de V. Ex.a

O Sr. Dias de Andrade: — Sr. Presidente : pedi a palavra para me referir a um assunto de que se ocupou já o'meu ilustre colega Sr. Pereira Gil.

Há dois ou três dias, no concelho de Penela, que ó a minha naturalidade, por uma questão de águas que está entregue a profissionais competentes, a guarda republicana, arbitrária e abusivamente, entrou nessa questão, que teria consequências muito sérias se não fosse a cordura daquele povp.

Depois do que foi dito eu limito-me a dizer que protesto e junto o meu pedido para que a guarda republicana retire de lá, porque em vez de ser um elemento de ordem é um elemento de desordem.

O Sr. Ribeiro de Melo: — Sr. Presidente: uso da palavra depois de a ter solicitado de V. Ex.a, um dos representantes da minoria monárquica do Senado.

Já esperava que fosse tratado pela minoria monárquica o tumulto que teve lugar ante-ontem numa povoação ou aldeia do concelho de Aguada.

Era natural que os tumultos fossem tratados pela minoria monárquica, para assim poder abafar uma revolta da opinião pública daquele concelho que está há muito tempo sufocado pela administração da câmara municipal que é retintamente monárquica.

Isto é o resultado prático duma administração camarária monárquica que vai de encontro às necessidades imperiosas do povo, e sobretudo dos agricultores daquele concelho, patrocinando e protegendo contra todas as disposições regulamentares, o exercício da exploração duma indústria que destrua por completo toda a produção agrícola, que é a base de riqueza daquela .região.