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iSeseâo de 30 de Junhcfde

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Vox populi, vox Dei', diria o nosso colega Sr. cónego Dias de Andrade, se estivesse a falar.

O povo fez justiça por suas próprias mãos. justiça a que não me associo, porque sou representante do Poder, que tem por dever respeitar e fazer respeitar a Constituição, mas nós outros, republicamos de sempre, devemos manifestar a nossa repulsa pela forma como se vão administrando os interesses populares, por aquela câmara, estruturalmente monárquica.

O Sr. D. Tomás de Vilhena:—A câmara municipal não tem nada .com isso.

O que se passa contarei eu a -V. Ex.a depois de apuradas as responsabilida-des.

0 Orador:—Os quinze minutos vão correndo e é necessário aproveitá-los.

" A questão da prata — eu não tenho mandato do Governo demissionário para defender aqui a questão— foi muito mal tratada pela minoria monárquica, porque ela foi feita nos termos legais.

Avaliaram o assunto, só pelos comentários feitos no Correio da Manhã e em todos os jornais dos quais são obrigatoriamente assinantes e esqueceram-se de ler a nota oficiosa do Ministério das Finanças, que prova à evidência que a prata de" que se trata foi como caução de garantia para um empréstimo.

Faz-se isso em toda a parte do mundo, e fê-lo a monarquia (Apoiados), e até mais do que isso: empenhou, os rendimentos das alfândegas, o dos caminhos de ferro, etc.

j E são esses os defensores da monarquia que "nos querem a nós republicanos, deixar maltratados, eles os representantes da monarquia!

j Mas, Sr. Presidente, que se acautelem essas forças, que não são a verdadeira força, o povo!

1 Que se acautelem com os seus desejos de aumento de circulação fiduciária as associações, como a Associação Comercial, Industrial, etc:, onde os monárqui-cos^ pontificam!

É preciso, efectivamente, ter-se muita coragem, ou confiar-se muito pouco na memória dos colegas desta casa do Par-

lamento, para se atacar um Governo republicano, pelo facto de se fazer uma transacção em defesa dos que trabalham e produzem, porque se não se fizesse tal operação, o aumento da circulação fiduciária seria inevitável.

; Isso queriam a moagem e a Associação Comercial!

Veja V. Ex.a, Sr. Presidente, como é interessante ver a representação monárquica no Senado com as forças vivas, sobretudo com aquelas que têm a sua representação na capital, como a Associação Comercial, que pretende obrigar o Chefe do Estado a proceder de acordo com a alta finança.

O Sr. Presidente: -Deu a hora.

O Orador:—Sr. Presidente: V. Ex.a deve ser generoso e descontar-me os minutos que se gastaram com os apartes do Sr. D. Tomás de Vilhena. . Pausa.

Nós outros precisamos de nos defender dos ataques felinos dos'representantes da minoria monárquica, que de há muito estão apostados em confundir as cousas boas com aquelas que o não são.

Não podemos confundir os processos do povo com os das forças vivas; estás estão inteiramente divorciadas da opinião pública e esta não consentirá em ser explorada como até agora.

<_:Conivência p='p' com='com' não.='não.' legislativo='legislativo' poder='poder' _='_' o='o'>

^Com o Poder Executivo?

Em parte, talvez.

Mas, na hora em que se sentarem nas cadeiras do Podei* pessoas que ainda não estejam divorciados da aspirações populares, acabará a acção daqueles que tem procurado tornar cada vez pior a situação do povo.

Sr. Presidente: permita-me V. Ex.a que eu me refira ainda aos Correios e Telégrafos; e faço-o mais como homenagem às galerias, do que propriamente para tratar dum assunto quando não há necessidade disso.

Nós, nesta Câmara, fomos sempre em regra esquecidos pela concorrência das galerias.