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Diário doa Sessões do Senado

esse cavalheiro que enumerasse os factos pelos quais eu devia estar na cadeia. O orador não reviu.

O Sr. Procópio de Freitas: — Desejo patentear a minha estranheza pela demora na aplicação da lei de amnistia. E possível que isso não seja devido ao propósito de contrariar a execução dela, mas o que há, pelo menos, é uma falta de interesse para que ela se execute rapidamente.

Fui informado que indivíduos desertores, e portanto ao abrigo da lei, se têm apresentado e que. têm ficado detidos, com surpresa sua.

Quando foi da amnistia dos monárquicos imensas facilidades houve, e se iguais não pode haver agora, pelo menos que haja uma certa rapidez.

Peço a V. Ex.a o favor de transmitir estas considerações aos Ministros respectivos, tanto mais que V. Ex.a, marcando as sessões do Congresso com pequenos intervalos, mostrou, também, desejos de concorrer para que a lei da amnistia fosse rapidamente aprovada pelo Congresso.

O Sr. Presidente: — Comunicarei aos Srs. Ministros respectivos essas considerações.

O Sr. Oriol Pena : — Já tive o prazer de ver aqui dentro o Sr. Ministro da Justiça, justamente um dos membros do Governo a quem desejo fazer umas certas reflexões, e desejaria que V. Ex.a man-" dasse saber se ele está próximo, visto estar ali a sua pasta, ou'se próximo estará algum dos outros membros do Governo, por preferir ocupar-me dos assuntos a que me quero referir, estando presente alguém do Governo. Se não estiver alguém presente terei ocasião de fazer, perante V. Ex.a e a Câmara, as minhas considerações, chamando a atenção para factos que reputo graves e na maior parte dignos de censura.

Emquanto qualquer deles não chega e V. Ex.a não me dá uma resposta, como está presente o Sr. Ramos de Miranda, vou fazer algumas considerações sobre factos anormais que se passaram num comício do Barreiro, diante de um coronel do exército, no activo, nosso colega mesta casa. , Parece que não correram ali as cousas

muito regularmente, nem normalmente foram aceitas as ideas de propaganda que lá se apresentaram e defenderam, tendo sido acremente contraditadas por grupos ou grupelhos de pessoas ali presentes em termos de, no meu juízo, terem diminuído a importância das funções que por hipótese aqui desempenhamos, e foram desrespeitadas num dos nossos colegas, quando presidia a uma assemblea pública.

Leio aqui num jornal, que extracta a notícia dum jornal insuspeito ao regime, o Mundo, o seguinte:

Leu.

Afirma, um pouco mais abaixo, terem os oradores e o Sr. Ramos de Miranda, para se escaparem das iras da população, precisado de se utilizar, para sair, duma charrette da câmara municipal.

O Sr. Ramos de Miranda:—É completam ente íalso.

O Orador: — Vem relatado num jornal afecto ao regime.

Folgo muito que S. Ex.a diga não ser verdade; não afirmei tê-lo sido; afirmei e afirmo estar aqui escrito e está.

Mas.se S. Ex.a estava lá e se presidiu de facto a essa assemblea, desejaria que me dissesse como interpreta este aparte, para mim incompreensível—farto de lerias está o pagode !

(j Que quere isto dizer?

O Sr. Ramos de Miranda: — S. Ex.a está tam interessrdo que talvez fosse melhor daqui em diante, quando houvesse comícios, não deixar de comparecer.

O Orador: — S. Ex.a está. falando de tam longe, que pelos meus defeitos de audição tenho dificuldade em perceber as suas palavras, mas penso ter-lhe ouvido afirmar não serem exactos alguns pormenores.

Aparte do Sr. Ramos de Miranda repetindo o anterior.

O Orador: — É muito longe para me deslocar até lá.