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Sessão de 23 de Julho de 1924

sã que foi àquelas ilhas, sem nenhum intuito político, e por assim dizer oficialmente, tendo sido festejadas por unanimidade e saudadas por unanimidade nesta casa do Parlamento as suas figuras, em conjunto, na ocasião da partida.

Já em tempos o meu ilustre colega, Sr. Querubim . Guimarães levantou aqui um incidente e chamou a atenção 4o Senado para a perseguição que estava sofrendo, por parte da autoridade administrativa, (recentíssimo republicano arvorado em jacobino) unia figura magistral e considera-. da em S. Miguel: o Sr. Aristides Moreira da Mota.

Depois disso, o Sr. Medeiros Franco, procurando justificar, ^or lealdade política, a atitude do delegado da autoridade veio tratando do caso aqui, e leu-nos muito demoradamente a prosa publicada num jornal que, se mur estou em erro, se chama o Correio dos Açores.

O Sr. Vicente Eamos, que está presente, e melhor conhece os jornais da localidade poderá dizer se era de facto esse o nome do jornal então citado pelo 'Sr. Medeiros Franco, como tendo publicado na íntegra o discurso feito pelo Sr. Aristides Moreira ' da Mota, apresentando o conferente que nesse dia ia falar.

O Sr. ¥icent.e Ramos :— É efectivamente o Correio dos Açores.

O Orador:—Estou com a memória tam gasta e tam infiel, que podia estar a atribuir um nome errado ao jornal, o que é sempre desagradável.

Ora 4o relato desse jornal e da parte do artigo que o Sr. Medeiros leu,'e ouvi então muito atentamente e muito próximo ieS- Kx.a, não havia qualquer afirmação da parte do Sr- Aristides Moreira da Mota, que merecesse a mais leve censura.

Nesse discurso em que se fazia a apresentação do Sr. Conselheiro Luís de Magalhães, meu muito velho amigo, fazia-se apenas um relato de factos recentes sucedidos na chamada «Monarquia do Norte» e da acção do Sr. Conselheiro Luís de Magalhães nessa ocasião.

Chamou o Sr. Aristides Moreira da Mota, e muito bem, a atenção do auditório para a situação de equilíbrio e de conciliação que o Sr. Dr. Luís de Magalhães tinha conseguido quando Ministro de uma

pasta nesse Governo do Porto, que não me lembra agora qual era.

Ora um simples relato, não pode de modo algum ser tomado como uma afir* mação da política, nem de fé monárquica da pessoa que fazia a apresentação.

Belatava apenas factos anteriores, para poder fazer um comentário pessoal, sobre as virtudes do apresentado.

O Sr. Medeiros Franco 4efendeu então como pôde a situação dessa autorJ4a4e. administrativa, e não se lhe pode levar isso a mal, pois sendo S. Ex.a um seu correligionário, quis-se mostrar solidário com ele e cobri-lo quanto possível.

Houve uma pausa, mas agora renasceram as perseguições; e consta de um artigo da Época, que aqui tenho, aliás muito bem escrito, muito vigoroso e maito bem redigido, que está assinado por um dos mais ilustres publicistas dos tempos presentes, e que i unta a estas qualidades a de ser um velho republicano.

Nesse notável artigo chama a atenção do Governo e da opinião pública, para o abuso, o desrespeito à-lei e à Constituição, por parte dessa autoridade, esse neo--republicano —que se deveria envergonhar de o ser — usando o nome de Hintze, nome' respeitado e querido nos Açores, e deveria ter a ombridade e o cuidado de não estar a desrespeitar esse nome que também usa, sendo como creio, ainda da mesma família.

Contudo lembroa-se agora de perseguir e obter que fossem transferidos, sem serem ouvidos, dois funcionários que praticaram o nefando crime de servirem de secretários a quem presidiu á conferência, e teve a honra de apresentar e fazer o elogio do conferente, o meu prezado amigo, D. Luís de Castro, limitarido-se a ouvirem apenas os discursos.

Não consta, é a afirmação que faz aqui o Sr. Dr. Trindade Coelho, que eles fossem mais do que simples ouvintes, e contudo esses dois funcionários dependentes aliás de um serviço autónomo, foram transferidos violentamente para pontos afastados de Ponta Delgada.

E espantoso, Sr. Presidente, mas parece que é um facto geral, que aos. altos poderes da Kepública, repugnam as pessoas de Ponta Delgada.