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Diário dag Sessões do Senado

fazer o favor de transmitir ao Sr. Ministro do Interior.

Para terminar, desejo ainda referir-me a um assunto de interesse geral, que é a forma verdadeiramente apavorante como está a aumentar a carestia da vida. Desde o princípio do mês que os preços de- géneros de primeira necessidade deram positivamente um salto.

Daqui a uns dias não há maneira de um funcionário público, civil ou militar, se poder manter.

O Sr. Júlio Ribeiro: — Isso já há muito...

O Orador: — Lá se têm ido mantendo, comendo talvez uma só vez por dia, e mal, mas em breve nem isso poderão fazer e terão de pedir aqui e além uma migalha para poderem ir vivendo mais uns dias.

Tive há bocado informações dos preços por que estão sendo vendidos os géneros de primeira necessidade em Viseu, que são verdadeiramente extraordinários.

Pão de 2.a passou a ser a 2$50 o quilograma e o de l.a a 3$. O leite íala-se em passar para 3$ o litro. O. azeite de primeira atingiu o preço de 6$, isto em Viseu, onde segundo me dizem há bastante azeite.

Tudo isto nesta proporção não será para admirar que mais dia nifnos dia o povo que é unicamente consumidor, cheio de miséria, vendo em sua casa os seus filhos a morrer de fome, —perca a cabeça, e não sei o que poderá acontecer»

Tenho dito.

. O Sr. Ministro da Justiça (Catanho de Meneses): — Sr. Presidente: ouvi as considerações que acaba de fazer o Sr. Pro-cópio de Freitas sobre os diversos assuntos de que tratou.

O primeiro assunto versado-foi o respeitante ao jogo no: Funchal. Consta ao ilustre Senador que está aberta a Quinta do Pavão e que lá se joga à vontade.

Posso assegurar a S. Ex.a que isso se faz contra as instruções terminantes, claras e positivas, do Governo. S. Ex.a não pode, pois, atribuir ao Governo qualquer infracção nas leis, qualquer conivência, como S. Ex.a empregou. Se por acaso as suas instruções não são observadas tam

rigorosamente como era de esperar, não qucre isso dizer que haja conivência. Entretanto, eu vou transmitir as considerações do ilustre Senador ao Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior.

Com relação aos bens dos. Sanatórios, eu transmitirei também ao Sr. Ministro das Finanças as observações feitas pelo Sr. Prccópio de Freitas, para que S. Ex.a possa vir à Câmara dar as informações que o ilustre Senador deseja a tal respeito.

Quanto às sindicâncias nada posso informar sobre. elas. Acho justas as considerações feitas e estou certo de que o Sr. Ministro do Interior há-de proceder de maneira a que tudo se apure.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Procópio de Freitas (para explicações}:— Sr. Presidente: ouvi com toda a atenção as explicações dadas pelo Sr. Ministro da Justiça. Devo dizer que o que eu disse a respeito da conivência do.Go* vêrno, foi que, se depois das minhas palavras aqui proferidas, o jogo não terminar no Funchal, eu passo a considerar o Governo conivente.

O que eu disse foi isto e não que o Governo era actualmente conivente.

O Sr. Ministro da Justiça por lapso, por certo, esqueceu-se de me responder ao último assunto a que me referi relativamente ao inquérito feito aos acontecimentos passados nos Olivais.

O Sr. Minis1 ro da Justiça e dos Cultos

(Catanho de Meneses);:- A respeito dos acontecimentos dos Olivais sabe V. Ex.a que há o inquérito, e eu respondi a V. Ex.a conglobando esse assunto com as sindicâncias a que se referiu antecipadamente a esta, afirmando que diria ao Sr. Ministro do Inferior e Presidente do Ministério as considerações que V. Ex.a fez.

Não houve, pois, lapso nem menos atenção para com as palavras de V. Ex.a porque eu não cumpro mais senão com o meu dever, mas gostosamente o cumpro, respondendo àqueles que me interpelam com todo o respeito e gratidão que o Regimento d^sta Casa preceitua.