O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

570 ACTAS DA CÂMARA CORPORATIVA N.º 53

trições quantitativas à importação nos países da zona do dólar.

60. Vejamos agora a situação dos mercados considerados sem dificuldades de pagamento. O quadro XI regista a expansão progressiva que se verifica de 1950 a 1954 na exportação de conservas de sardinha para o estrangeiro. O número referente a 1954 - 41 767 t - situa a exportação ao nível verificado em 1938.
Como se disse anteriormente, a questão que agora se nos põe consiste em saber se a exportação do ano findo corresponde ao máximo das possibilidades actuais dos mercados ou se, pelo contrário, ficou, mesmo assim, aquém desse máximo, justificando-se, por isso, um esforço comercial no sentido do aumento de exportação.
Em ordem ao esclarecimento deste problema, fez-se o desdobramento doa números globais constantes do quadro XI, por forma a tornar possível o exame da evolução - desde 1938 a 1954 - da exportação para coda um doa principais mercados. Esse desdobramento consta do quadro XV.
Ora um rápido exame desse quadro, feito no desejo de comparar os volumes de exportação em clima normal (o anterior a guerra) e no ano findo, pode inclinar-nos a supor que, neste último, ultrapassámos em todos os mercados, com excepção da França, a posição de fornecedores que ocupávamos em 1938. Esta conclusão, a ser verdadeira, impor-nos-ia que considerássemos prudentemente as 40 000 t vendidas em 1954 como um nível de exportação que as organizações comerciais deveriam procurar manter, por altamente satisfatório.

61. Pareceu-nos, todavia, conveniente examinar, com base nas estatísticas dos respectivos países, a evolução da importação total de conservas de peixe e de conservas de sardinha por eles realizados nos últimos anos.
O objectivo deste exame foi averiguar da tendência do consumo e determinar as posições relativas de Portugal e dos seus principais concorrentes como fornecedores desses países.
Porque se trabalhou com estatísticas estrangeiras e porque varia, de uma para outra, a composição aos grupos estatísticos, é de admitir algum erro nos quadros que se apresentam. Não se crê, no entanto, que o erro possível altere o sentido das conclusões.
Lamenta-se que o exame não abranja o ano findo: isso se deve ao facto de não terem vindo a lume as publicações a ele referentes.

62. O quadro XXIII regista as importações de conservas de peixe efectuadas pela Alemanha 1.

QUADRO XXIII

Importações de conservas de peixe efectuadas pela Alemanha

(ver tabela na imagem)

(a) Importação em toneladas.
(b) Posição do país fornecedor, expressa em percentagem da quantidade total Importada na Alemanha.

(Segundo a estatística alemã)

É de registar a expansão da capacidade do consumo neste mercado, que com a guerra sofreu, sensível amputação.
De notar é também a quebra da nossa posição relativa como fornecedores em clima de liberdade de comércio: de 1952 para 1953 a nossa exportação aumentou cerca de 1000 t. Apesar desse aumento, a posição relativa de Portugal como fornecedor baixou de 74,6 por cento em 1952 para 55 por cento em 1953. Esta perda beneficiou quase exclusivamente a produção de Marrocos, que viu elevada de 18,2 por cento para 38,1 por cento a sua posição.
Não será pessimismo o dizer-se que a indústria tem de olhar com atenção o mercado da Alemanha, onde dominam as conservas de sardinha e onde cresce a capacidade do seu consumo.

63. Não se inserem quadros semelhantes para a importação no Reino Unido, porque o comércio das conservas neste país esteve nos últimos anos sujeito ao regime de compra governamental e foi mesmo suspensa a importação até esgotamento dos stocks que o Ministério da Alimentação havia constituído com conservas marroquinas. Só em 1954 o mercado inglês de novo se abriu às sardinhas portuguesas.
É conhecida a importância deste, mercado e a nítida preferência que dava ao nosso produto. As alterações que a guerra introduziu na estrutura das classes consumidoras, a irregularidade com que o mercado foi abastecido nos últimos anos, o facto de o Reino Unido consumir conservas de peixe de toda a espécie, impõem se trate com o maior cuidado a organização de vendas ha Inglaterra, que possui capacidade para consumir muito mais do que as 10 000 t adquiridas no ano findo.

64. A França tem a importação contingentada. Daí a relativa estabilização da nossa exportação nos últimos três anos. Não se sabe quando virá a ser alterado este regime, e, por isso, até lá o alargamento da exportação para este país não depende de uma melhor actuação comercial, mas sim e apenas das possibilidades que se oferecerem no momento da negociação do acordo de comércio.
As informações sobre o mercado levam-nos a concluir que, apesar da produção metropolitana e do tratamento aduaneiro preferencial dado ao Marrocos Francês, teremos possibilidade de ver a nossa exportação multiplicada por três ou por quatro quando o mercado entrar em regime de liberdade. De resto, no que toca às conservas de sardinha, Portugal é para o mercado francês o seu único fornecedor estrangeiro.

QUADRO XXIV

Importação de conservas de peixe efectuada pela França

(ver tabela na imagem)

(a) Importação em toneladas.
(b) Posição do país fornecedor, expressa em percentagens de quantidade total importada na Alemanha.

(Fonte: estatística francesa).

1 Para alguns países não foi possível conhecer o movimento de importação referente as conservas de sardinha.